Reconstrução sem disputas
Pense numa arquitetura política sofisticada a ponto de uma proposta para a recuperação do Rio Grande do Sul colocar do mesmo lado os ex-governadores Antônio Britto, Olívio Dutra, Tarso Genro, Germano Rigotto e José Ivo Sartori, grandes empresários, capitaneados por Jorge Gerdau Johannpeter, intelectuais como Luiz Osvaldo Leite, Jorge Furtado e Gilberto Schwartsmann, figuras do mundo jurídico, como o ex-ministro Nelson Jobim, professores e líderes religiosos.
O resultado dessa articulação é um "movimento cívico" que propõe ao presidente Lula a criação de uma Agência Interinstitucional de Recuperação e Desenvolvimento do RS.
Uma primeira versão da carta que está sendo escrita a várias mãos foi apresentada a Lula por Tarso Genro quando o presidente esteve no Rio Grande do Sul. Assim que concluídos os retoques de redação e consolidadas as assinaturas, um grupo irá a Brasília formalizar a entrega. Além de Tarso, trabalham na coordenação da proposta os economistas João Carlos Brum Torres e Ana Severo, o sociólogo Zeca Martins, o engenheiro Fernando Mattos, o ex-secretário de Administração Jorge Buchabqui, a jornalista Sandra Bitencourt, o empresário José Paulo Soares Martins e o arquiteto Telmo Magadan.
Ideia é unir esforços da União, Estado e municípios
Pela proposta, caberá à agência, como alta autoridade federal, formular a concepção das ações da União, de forma coordenada com o Estado, municípios e setor privado, e a execução de um plano estratégico de longo prazo para a estruturação econômica e socioambiental do Rio Grande do Sul.
Gerdau não só está empenhado pessoalmente na iniciativa, como faz a ponte com outros empresários e dirigentes de federações empresariais. Ele e Tarso vêm se reunindo para avaliar um caminho comum, no que ambos reconhecem ser um momento decisivo para o futuro do Estado. _
Confira trechos do documento que propõe a criação de uma Agência de Reconstrução e Desenvolvimento:
A proposta de criação de uma agência substitui com vantagem a Secretaria de Apoio à Reconstrução, criada em caráter emergencial, e que deve ser extinta em 11 de setembro, porque a medida provisória não foi votada.
aliás
Como Leite articulou a vinda do ministro da Agricultura à Expointer
Bateu na trave
Dono da Be8, o empresário Erasmo Battistella, que colocou seu jato à disposição para trazer o ministro da Agricultura ao Rio Grande do Sul, é do time que acredita na necessidade de passar por cima das divergências para colocar o interesse público em primeiro lugar.
Por pouco, Porto Alegre não escapou do corte de um dos 36 vereadores, formalizado recentemente. A revisão foi necessária porque, pelo Censo de 2022, a Capital perdeu população.
Na atualização populacional feita pelo IBGE e divulgada na quinta-feira, a Capital voltará a ter o número de habitantes necessário para ter até 37 vereadores, mas o que vale é o número de 2022. _
Passou da conta
O ministro Alexandre de Moares passou da conta com o conjunto de decisões que envolvem a suspensão do X no Brasil. É certo exigir que Elon Musk cumpra as leis brasileiras se quer ter negócios no país, mas o bloqueio das contas de outra empresa, a Starlink, só porque o dono é o mesmo, não tem sentido.
Na queda de braço entre o ministro turrão e o bilionário birrento, o Brasil fica sem uma das redes mais populares do planeta e se alinha com as ditaduras onde a população está impedida de acessar o X, como China e Coreia do Norte. _
mirante
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, vem a Porto Alegre na próxima semana para reforçar a campanha de Maria do Rosário à prefeitura de Porto Alegre. A dúvida é se ajuda ou atrapalha.
O sucesso da Expointer, que esteve ameaçada de não ser realizada ou de ser adiada por causa da enchente, é fruto do trabalho de todos os envolvidos na organização. Esse espírito precisa estar presente em todos os atos da reconstrução do RS.
Os produtores gaúchos foram dormir com a informação de que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, não viria para a Expointer. O governo federal seria representado pelos ministros Paulo Pimenta e Paulo Teixeira, que já estavam em Esteio. A justificativa oficial era de que não havia avião disponível para trazer o ministro.
Ao saber que esse era o motivo e convencido de que a ausência do titular da Agricultura não só tiraria o brilho da inauguração da feira como frustraria os produtores que esperavam dele anúncio de medidas concretas, o governador Eduardo Leite entrou em campo.
Leite ligou para o ministro e ouviu dele a confirmação de que estava com dificuldade para vir. Pediu que Fávaro aguardasse um instante que iria viabilizar uma forma de trazê-lo para Esteio.
Em contato com o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, os dois combinaram de falar com o empresário Erasmo Battistella, da Be8, para ver se ele podia emprestar seu jato. Prontamente, Battistella, que tem excelentes relações tanto com o governo estadual quanto com o federal, colocou o avião à disposição do ministro. Na abertura da Expointer, Leite e o ministro sentaram-se lado a lado e conversaram amistosamente. _
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