20 DE AGOSTO DE 2024
OPINIÃO - Editorial
Mais agilidade no trensurb
A decisão de colocar linhas especiais de ônibus entre Porto Alegre e o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, foi mais uma improvisação necessária para atenuar os transtornos causados pelo fato de todas as estações do trensurb na Capital ainda permanecerem fechadas pelos efeitos das cheias de maio.
O metrô sempre foi considerado a melhor opção para o público interessado em visitar a Expointer, que terá a sua 47ª edição iniciada neste fim de semana. As partidas de hora em hora dos veículos de dois pontos do centro de Porto Alegre, no entanto, não compensam a falta do transporte sobre trilhos devido à capacidade muito maior dos vagões e à frequência das viagens.
Os alagamentos causaram problemas na via permanente e nos sistemas elétricos e eletrônicos do metrô. Os deslocamentos hoje podem ser feitos entre as estações Novo Hamburgo e Canoas. O plano de recuperação divulgado pela Trensurb no dia 8 de julho previa reabrir a Estação Farrapos, na Capital, no dia 20 de setembro, e até 24 de dezembro voltar a operar no Mercado Público, um dos extremos da linha. Já era um cronograma insatisfatório devido à importância do trem para a Região Metropolitana. Basta lembrar que, em 2023, foram em média 108 mil passageiros por dia útil.
Causa ainda mais apreensão o risco de os prazos não serem cumpridos, segundo a estatal federal, devido ao furto de cabos exatamente entre as estações Farrapos e Mercado, onde estão desenergizados. Aguarda-se que a empresa tenha agilidade na reposição, mantenha equipes de vigilância atentas para evitar ataques e tenha a devida colaboração das forças de segurança do Estado.
A operação parcial do trensurb, paralisado em Porto Alegre e em algumas estações de Canoas, gera contratempos aos usuários e prejuízos à economia das áreas afetadas, que ainda tentam se reerguer das perdas ocasionadas pelas enchentes. Cidadãos que precisam chegar ou partir dos pontos hoje sem o serviço recorrem a baldeações por ônibus.
Mas os usuários reclamam da espera em longas filas pelo número insuficiente de linhas e poucos horários. São milhares de trabalhadores e estudantes que têm de se deslocar todos os dias para chegar a seus empregos ou locais de aula e estão submetidos a uma logística demorada e desgastante. Entidades empresariais advertem que a recuperação do comércio do centro da Capital, por exemplo, só ocorrerá quando o trensurb retornar a pleno. A situação atual diminui o fluxo de pessoas na região.
Assim como vem sendo feito em relação à recuperação de estradas e pontes e à reabertura do Salgado Filho, deve-se cobrar mais celeridade no plano de retomada da empresa e na prestação contínua de informações para os passageiros e a sociedade. A possibilidade de o trensurb voltar a operar no centro de Porto Alegre somente em 2025 seria desastrosa. Mas retornar apenas no final de dezembro também está distante do razoável, dada a relevância que tem para a economia e para os usuários. É dever da companhia, prestadora de um serviço de utilidade pública, não se acomodar e ser aplicada na busca por encurtar os prazos.
OPINIÃO
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