quinta-feira, 22 de agosto de 2024


22 de Agosto de 2024
Gabriela Ferreira - Consultora em inovação e professora da PUCRS

Somos todos um

Este não é um texto de autoajuda. Ou talvez seja. Porque países, empresas e pessoas, sem exceção, precisam encontrar formas de lidar com a nossa sobrevivência. E aqui, naturalmente, falo para as pessoas que se preocupam com a manutenção da espécie humana no planeta. Parece claro que precisamos de ajuda e que a forma que temos feito as coisas não é exatamente a melhor. 

E não pensem que não reconheço os avanços: entre 1960 e 2022, a expectativa de vida aumentou visivelmente em todo o mundo: passando de 50,7 anos para 69,6 anos, no caso de homens, e de 54,6 para 74,5 anos no caso de mulheres. A jornada de trabalho também foi reduzida desde a revolução industrial e as condições gerais melhoraram bastante, embora exista insatisfação com o trabalho que, dependendo da pesquisa, varia de 40% a 91%.

Sobre a mudança do clima e seus efeitos, embora existam muitas evidências científicas e práticas, o negacionismo climático ainda é grande. E agora chegamos ao ponto que quero trazer neste artigo: pesquisa recente da FGV mostra que, no Brasil, há forte consenso em relação à existência da mudança do clima e ao fato dela ser causada por humanos. No entanto, 44% da população duvida de que isso tenha efeito negativo intenso na sua vida. E, diferente da realidade da América do Norte e da Europa, essa crença não está baseada em visões políticas, mas no grau de individualismo das pessoas.

Resumindo a pesquisa: quanto mais individualistas são as pessoas, mais elas tendem a achar que não são afetadas pelas mudanças climáticas, e menos elas acreditam em soluções coletivas para os problemas sociais. Ou seja: as pessoas não percebem que fazemos parte de um único ecossistema, que somos natureza. Não percebem que o aquecimento que ocorre no planeta é o mesmo para todos e, portanto, também as consequências são compartilhadas. Temos um problema, e dos grandes. Mas também temos uma missão muito clara de educação e letramento sobre o assunto. Podemos trabalhar juntos nesse desafio. Vamos nos ajudar? _

A mais importante Expointer da história

Luciano Silveira - Deputado estadual (MDB)e presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa

Estamos abrindo mais uma Expointer. A 47ª edição da mais importante e uma das mais tradicionais feiras agropecuárias do país. E isso, por si só, já é um sinônimo da pujança do nosso agronegócio. Mas não estamos diante de apenas mais uma feira, como anualmente ocorre. Estamos prestes a abrir talvez a mais importante Expointer da história, não pelos números que possam resultar dos negócios a serem realizados durante o evento. Mas pelo simples fato de termos tornado possível a sua realização.

O Rio Grande do Sul enfrentou, ao longo de 2024, a mais dramática e devastadora catástrofe climática de sua história. Centenas de vidas foram perdidas, milhares de animais sucumbiram à força das águas e incontáveis lavouras foram varridas, comprometendo não apenas a safra, mas também o solo, contaminado que foi pela água das chuvas, além da perda de nutrientes e outros prejuízos ao seu uso pelos produtores. Seu futuro ainda é incerto.

O processo de recuperação será longo. Ainda estamos longe de uma perspectiva de solução para o setor que responde por mais de 40% do Produto Interno Bruto do Estado. As soluções anunciadas, principalmente pelo governo federal, são ou insuficientes ou tardias ou simplesmente inadequadas. Nem preciso me alongar aqui na abordagem do frustrado leilão para compra de arroz no Exterior, que só não se confirmou devido a irregularidades praticadas no decorrer do processo.

Como presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo do Legislativo gaúcho, saúdo o fato de mantermos de pé a feira que simboliza a força do produtor gaúcho, seja na agroindústria, seja na agricultura familiar. É mais uma demonstração de que vamos nos reerguer. Vamos sair desta mais fortes do que nunca. E vamos seguir sendo o celeiro do país, graças à competência, à garra e à determinação da nossa gente. 

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