terça-feira, 27 de agosto de 2024


27 de Agosto de 2024
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Ainda sem consenso sobre alta do juro

Ainda não há "consenso de mercado" para aumento de juro básico, nem na reunião do próximo mês do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) nem nas outras duas restantes no ano. Nenhuma das duas hipóteses aparece nas projeções medianas (mais frequentes) do Relatório Focus, publicado ontem - como toda segunda-feira - pelo BC após consultas a cerca de uma centena de economistas.

Na edição mais recente, a projeção dominante para a Selic segue nos 10,5% para este ano e em 10% para 2025. Houve mudança para 2026, subindo de 9% para 9,5%. Mas ainda há três edições do Focus pela frente até a reunião decisiva que se encerra em 18 de setembro.

Assim como afirmou à coluna o economista-chefe do BV (Banco Votorantim), Roberto Padovani, outros profissionais e instituições financeiras já revisaram as projeções, mesmo diante do anúncio antecipado de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) vai cortar o seu. Projetam alta do juro já em setembro casas como XP, ASA e Legacy. A XP projeta taxa básica de 12% ao final do novo ciclo de alta.

Gabriel Galípolo, virtual sucessor de Roberto Campos Neto na presidência do BC, insiste que a alta de juro é, sim, uma decisão que "está sobre a mesa". Nestes termos:

- Na minha interpretação, posição difícil para o BC não é ter de subir juros. Posição difícil é inflação fora da meta, que é uma situação desconfortável. Subir juros é uma situação cotidiana para quem está no BC.

Vêm aí duas semanas e meia de alta especulação sobre a decisão do Copom no dia 18 de setembro. _

PIB e inflação

O Focus trouxe mudança nas projeções de aumento do PIB para este ano. A mediana foi de 2,23% para 2,24%. Para a inflação, foi de 4,22% para 4,25%. O problema é que é essa combinação de crescimento maior com inflação mais alta que tem provocado recalibragens na previsão da Selic pelo mercado financeiro.

Ações da Petrobras dispararam ontem: as ordinárias fecharam em alta de 8,96% e as preferenciais, de 7,26%. O valor de mercado subiu, em um só dia, R$ 41,3 bilhões. O embalo veio do petróleo e de recomendação da Morgan Stanley.

Grilo vai pular longe

Depois de se concentrar apenas em parcerias com empresas, a startup de mobilidade Grilo vai dar seus primeiros "pulos" - como chama as corridas - na Região Metropolitana.

A empresa opera em colaboração com a Panvel. Agora, os triciclos elétricos da Grilo também vão se dedicar a entregas de uma loja da rede em Canoas, que atende os bairros Nossa Senhora das Graças, Guajuviras, Igara, Niterói e Estância Velha. A operação da Panvel em São Paulo também recebe reforço de triciclos elétricos neste mês. _

Rede externa para captar depósitos

Clientes do Banrisul agora podem fazer depósitos em dinheiro, sem necessidade de envelopes, em caixas eletrônicos do Banco24Horas identificados com essa função.

A rede que facilita acesso a instituições financeiras tem 179 equipamentos do tipo no Estado. Até agora, depósitos de correntistas do Banrisul só eram feitos em agências, correspondentes bancários e na rede Saque e Pague.

Na operação, as notas são automaticamente contadas, e o valor é liberado na mesma hora na conta de destino. 

Petróleo sobe com risco de conflito

Embora tenham repetido o roteiro de troca de fogo calibrado que tem marcado a região desde o início da guerra entre Israel e Hamas, os ataques e contra-ataques que envolvem o Hezbollah provocaram forte alta na cotação do petróleo. O contrato do barril do tipo brent para entrega em outubro subiu 2,95% ontem na bolsa de Londres, para US$ 81,43.

Mas a alta não fez - ao menos até agora - o preço voltar aos níveis do início de julho, que chegaram perto dos US$ 90, em sinal de reconhecimento da contenção. A cotação do petróleo tipo brent havia despencado em julho, por força da desvalorização de matérias-primas básicas (commodities).

GPS DA ECONOMIA

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