Rafael Vigna - GPS da Economia
O que influencia a alta do dólar além de EUA e Japão
Na quinta-feira passada, um dia após a disparada da cotação do petróleo, o dólar teve forte alta de 1,43%, para R$ 5,735, motivada pelo aprofundamento do cenário global de aversão ao risco. Na ocasião, a moeda norte-americana rompeu a barreira fixada pelo maior nível desde 21 de dezembro de 2021, quando fechou em R$ 5,738. Ontem, voltou a avançar 0,56%, cotada a R$ 5,741.
Agora, somam-se novos elementos ao rali especulativo. O principal destaque fica por conta da notícia do início da manhã de ontem, indicando o estopim de uma suposta crise nos mercados da Ásia, cujo epicentro seria o Japão, onde o índice Nikkei fechou em queda de 12,4%.
Ao longo do dia, a moeda norte-americana chegou a romper a cotação de R$ 5,86, a mais alta desde outubro de 2020, mas foi acomodada durante a tarde. Na B3, assim como na maioria dos mercados globais, as pressões sobre o dólar se intensificaram na sexta-feira, quando os dados do emprego nos Estados Unidos apontaram para o aumento da taxa de desemprego e a redução da renda do trabalho, aprofundando o temor de eventual recessão naquele país, que este ano irá às urnas pra escolher seu novo presidente.
Por outro lado, analistas apontam questões da agenda doméstica com peso e influência sobre o câmbio. Valter Bianchi Filho, sócio-diretor da Fundamenta Investimentos, lista entre esses fatores o que chama de "incapacidade do governo" em demonstrar compromisso firme com o equilíbrio fiscal.
Segundo ele, isso é acrescido da expectativa de inflação futura desancorada, o que aumenta a percepção de risco no Brasil e acelera a desvalorização do real.
Pressão externa
A queda de commodities representativas na pauta de externa do Brasil, sobretudo a soja e o minério, atrapalha o fluxo de dólares. Apesar do resultado das contas (exportações - importações + fluxo de investimento para cá) estar positivo, a retração recente da cotação dessas destas commodities impacta as expectativas sobre eventual deterioração dessas contas. _
Com a escalada do risco de intensificação dos conflitos no Oriente Médio, os mercados emergentes, dentre os quais o Brasil, tendem a sofrer mais com a desvalorização das moedas nacionais - nesse caso, do real ante o dólar.
Vendas de pé de moleque viram doações
A partir deste mês, o pé de moleque em versão crocante de 140 gramas da DaColônia ganha nova embalagem. Também recebe nova forma de distribuição, com cada unidade do doce embalada individualmente. Parte da arrecadação com a venda de produtos será transformada em ajuda ao Rio Grande do Sul. O verso da embalagem ainda tem QR code que facilita doações via Pix, em qualquer valor. Os valores vão ser destinados ao Instituto Cultural Floresta. A DaColônia investiu cerca de R$ 1,2 milhão para produzir a nova linha. _
Carlos Macedo, divulgação
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