segunda-feira, 27 de junho de 2022


27 DE JUNHO DE 2022
INFORME ESPECIAL

Conheça a gaúcha considerada a "mãe da internet" no Brasil Ainda esperançosos

Com uma produção acadêmica vasta, a professora de pós-graduação da UFRGS Liane Margarida Rockenbach Tarouco, 75 anos, acumula 209 artigos publicados em periódicos, outros 375 em anais de eventos, 22 prêmios e 154 orientações entre doutorado, mestrado e especializações. A sua contribuição na formação de tantos profissionais, aliás, foi um dos motivos que a fizeram integrar o Hall da Fama da Internet. Ela foi a primeira brasileira a ganhar a distinção, concedida pela Internet Society, em reconhecimento aos que colaboraram com os avanços da tecnologia. Não é à toa que Liane é chamada de "mãe da internet", apelido que ela considera carinhoso.

Em 1977, ela foi a primeira autora a publicar um livro sobre internet no Brasil. Vale lembrar que, ainda hoje, grande parte da literatura sobre tecnologia tende a ser em inglês, dificultando que o conhecimento chegue a todos.

- Naquela época, a gente nem usava a palavra internet. Nós chamávamos de redes de computadores - conta, bem-humorada.

Hoje, a professora se dedica aos estudos de mundos virtuais imersivos e mobile learning. Tentando traduzir, os esforços dela estão voltados para facilitar a aprendizagem de física, matemática e química nas escolas, para que os alunos possam, através da tecnologia, ter uma experiência mais palpável (e interessante) sobre como essas matérias se aplicam na prática.

Pioneira em um ramo predominantemente masculino, Liane conta que teve que batalhar principalmente pelos cargos de chefia que ocupou:

- Nós temos que bater na porta de alguém para dizer "eu quero esse cargo porque sou qualificada". Para a mulher ascender, além de tudo, ela precisa ser proativa.

Sobre a falta de mulheres no segmento da tecnologia, ela acredita que faltam estímulos na primeira infância e equidade para as que ingressam na carreira.

- As meninas são educadas para serem bem-comportadas, gentis, alegres, suaves. Os meninos, para serem ousados. Isso faz com que as meninas tenham problemas sempre que reagirem diferente do esperado. Depois, o problema é a dupla jornada. Uma mulher não quer ter carreira às custas de sacrificar uma vida familiar agradável - defende.

O desemprego é um drama que também aflige imigrantes que vieram para o Brasil em busca de oportunidades, mas encontram dificuldades de colocação. A prefeitura de Canoas estima que, no munícipio, vivam hoje cerca de cinco mil pessoas vindas de países como Senegal, Venezuela e Haiti. A estimativa é de que cerca de 10% desse contingente ainda enfrente dificuldade para encontrar uma vaga.

Quando chegam no Brasil, a regularização dos documentos demora cerca de 90 dias. A prefeitura de Canoas está com uma ação voltada à agilização dos papeis, atualização de currículos e cadastramento no Sine/FGTAS. Na quinta-feira, entre as pessoas que esperavam atendimento estavam José Gregório Cambera, 56 anos, e a filha Bárbara Paola Cambera Armada, 22 anos (foto). Vieram de Maracay, na Venezuela. Cambera trabalhava como eletricista em uma estatal, mas conta que não recebia pagamento. Depois da morte da esposa, decidiu se aventurar no Brasil para deixar de passar necessidade e fome. Mas estão há sete meses desempregados em Canoas. Ela é publicitária e designer de moda.

INFORME ESPECIAL

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