18 DE JUNHO DE 2022
TELEFONIA E INTERNET
Capital pode ser referência na implantação de 5G, diz entidade
Situação favorável é fruto de antecipação da lei das antenas e da velocidade no licenciamento de novas instalações
Se porventura a liberação se der em todas as capitais de uma só vez, Porto Alegre é a que tem a melhor infraestrutura para ser a primeira capital a ativar o sinal.
(Em condomínios) que não estão em situação financeira positiva ou têm saldos devedores, poderia ser interessante (aluguel de espaço para instalação de antenas).
Detalhes
O 5G é a evolução da atual rede de celulares de quarta geração. Trata-se de uma rede mais potente e veloz que, além de ser inteligente, causa menos impacto ao meio ambiente
Das 27 capitais, apenas 12 aprovaram a Lei das Antenas
Em todo o Brasil, menos de 2% dos municípios tiveram avanços na Lei das Telecomunicações
Essas cidades terão 60 dias a partir da ligação do 5G para se manifestarem sobre o tema
Com 1.072 antenas, Porto Alegre responde por 17,45% dos equipamentos do Estado e 1% do país
Pioneira no autolicenciamento, a capital gaúcha reduziu a espera de dois anos para um dia na liberação de novos equipamentos
Há alguns meses, a prefeitura da Capital divulgou que a expectativa é de que o sinal de internet de quinta geração, e mesmo o 4G, também estejam disponíveis em 42 mil esquinas da cidade por meio de estruturas instaladas na parte de cima de placas de rua (ver foto acima)
Porto Alegre reúne todas as condições de ser a primeira cidade do país a contar com a internet móvel de quinta geração (5G), após a liberação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A constatação é do presidente- executivo da Conexis Brasil Digital (entidade que representa as operadoras de telefonia), Marcos Ferrari, e se sustenta na agilidade da capital gaúcha em licenciar as novas instalações de antenas: enquanto a média nacional chega a seis meses, por aqui o processo leva menos de um dia.
- Porto Alegre é a capital que oferece as melhores condições de instalação de maneira mais rápida. É um exemplo de cidade que soube preparar o terreno para valorizar a cobertura ampla e irrestrita a sua população às redes de telecomunicações, o que inclui o 5G daqui para frente - afirma Ferrari.
No início do mês, a Anatel aprovou a extensão do prazo original (31 de julho) por 60 dias nas capitais. Assim, as operadoras devem concluir a implementação das redes até 29 de agosto para ativarem em definitivo o sinal em 28 de setembro.
O motivo da prorrogação é a necessidade de limpeza na faixa de 3,5 Ghz para evitar interferências no tráfego do sinal de 5G com os de antenas parabólicas para TV, que utilizam o mesmo espaço e serão realocadas para a faixa KU. Ferrari explica que existe a possibilidade de antecipação dos prazos, mas isso depende de cada caso.
- Se porventura a liberação se der em todas as capitais de uma só vez, Porto Alegre é a que tem a melhor infraestrutura para ser a primeira capital a ativar o sinal - acrescenta o presidente-executivo da Conexis.
Conforme o edital que regra o 5G no país, será preciso oferecer uma antena para cada 100 mil habitantes até setembro de 2022. A proporção cai para uma antena para cada 10 mil habitantes em 2025. Ou seja, existe uma escalada com a qual a intensidade do novo sinal irá aumentar ao longo do tempo.
A entidade estima que será necessário ampliar em pelo menos cinco vezes a quantidade de antenas hoje disponíveis no país: 98,8 mil em 5.484 municípios. Com 6.194 torres, o Rio Grande do Sul responde por 6,2% dos equipamentos nacionais. Porto Alegre conta com 1.072 e representa 17,45% da infraestrutura existente no Estado e 1% no país.
Diferencial
Das 27 capitais, apenas 12 possuem leis adaptadas à Lei das Antenas, que é considerada a mais adequada para o 5G. Até o final de 2021, eram apenas sete, ou seja, menos de 26% do total necessário.
Enquanto nas demais capitais a média para a liberação de novas instalações é de seis meses, Porto Alegre foi a primeira cidade a oferecer a Licença na Hora para as Estações Transmissoras de Radiocomunicação (ETRs).
A solicitação, conforme a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), é feita pelo Portal de Licenciamento, e um sistema automatizado analisa a documentação e expede a autorização.
Antes, apesar da entrada e saída do pedido serem digitais, havia análise humana. A desburocratização do processo começou em 2018, com a Lei das Antenas, que permitiu a adoção do modelo de autolicenciamento, com a declaração do responsável técnico.
Assim, o prazo de tramitação da licença na Capital caiu de dois anos para um dia, o que permitiu acabar com a demanda represada e ampliar a infraestrutura. Desde 2019, foram emitidas 272 licenças (25% do total de antenas). Entretanto, não é possível distinguir o que é específico para o 5G.
Isso acontece, conforme Eduardo Tude, presidente da consultoria de telecomunicações Teleco, porque uma mesma torre (ou os chamados sites) pode estar equipada com todas as tecnologias vigentes (3G, 4G ou 5G). Segundo ele, esses equipamentos já passam por atualização para suportar o 5G.
- Há necessidade de ampliar os sites, mas não para dar a largada na operação. Inicialmente, o que as operadoras farão é colocar o 5G nos atuais. Com o tempo, daqui a dois anos, devem acelerar o processo - comenta Tude.
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