segunda-feira, 6 de junho de 2022


06 DE JUNHO DE 2022
CÉSAR OLIVEIRA

Gauchismo o ano inteiro

Será que estamos preparados para voltar a realizar nossa maior comemoração? Não apenas com o que já temos, mas também com aquilo que aprendemos e vislumbramos durante a pandemia?

A chegada do mês de junho me despertou esse pensamento ao lembrar da preparação nordestina para receber as Festas Juninas. Não é a primeira vez que abordo essa pauta, bem pelo contrário. Em variados lugares e ocasiões, já mencionei o quanto devemos nos inspirar nos exemplos que os Estados do Nordeste nos trazem. Lá, a cultura não é apenas identidade, é economia, turismo e renda o ano inteiro. É o povo se nutrindo duplamente daquilo que é seu, através do sentimento e do sustento.

Com certeza evoluímos nesse sentido nos últimos dois anos, ainda assim, precisamos ir além. 2022 nos possibilita colocar em prática o fortalecimento e a valorização da cadeia produtiva gerada pela cultura gaúcha, a qual foi enxergada ainda mais durante a pandemia devido à parada dos eventos e à necessidade de acesso à arte nos dias de reclusão. A Semana Farroupilha acontece em setembro, mas pode movimentar o Rio Grande o ano inteiro. 

Diferente do que muitos pensam, não se trata apenas de uma semana de comemorações aos legados deixados pela Revolução Farroupilha, isto é feito no dia 20. Diz respeito, sim, a um período direcionado à propagação de tudo que envolve a nossa identidade cultural e a movimentação de renda daqueles que vivem do gauchismo.

Todavia, pode ser mais. Pode tornar-se mês, ano, dia a dia de cada vez mais gaúchos. Foi nesse intuito que em 2019, quando era Patrono dos Festejos Farroupilhas do Rio Grande do Sul, participei da criação e oficialização da frente parlamentar mista em defesa da tradição e cultura gaúcha, junto aos deputados federais Lucas Redecker e Ronaldo Santini. Na mesma oportunidade, pela primeira vez, a Semana Farroupilha foi lançada em Brasília como um produto turístico para o Brasil, assim como bem faz o Nordeste com as festas juninas. A maior festa do Rio Grande virou notícia nacional.

Essa iniciativa, cujos frutos só poderão ser colhidos com maior intensidade agora, atraiu a participação de autoridades como o presidente e o vice-presidente da República, mostrando a força da tradição gaúcha. Não é à toa o atavismo que possuímos e o orgulho que nos trouxe até aqui. No entanto, o mundo de oportunidades crescentemente diversas no qual vivemos exige que ampliemos as ferramentas e revigoremos nossas raízes. O Rio Grande também pode "respirar" tradição o ano inteiro, mas para isso é preciso unir forças, trabalho e dedicação (desde já).

CÉSAR OLIVEIRA

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