16 DE JUNHO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
FIRMEZA E SERENIDADE NAS ELEIÇÕES
Com o cumprimento de uma formalidade, o ministro Alexandre de Moraes foi eleito, na terça-feira, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Vai tomar posse no dia 16 de agosto. Portanto, conduzirá a Corte nas eleições gerais de outubro.
Moraes tem uma grande responsabilidade à frente. O desafio está em um patamar muito acima dos pleitos anteriores, por não se resumir aos aspectos operacionais, logísticos e de mediação e decisão de disputas corriqueiras entre candidaturas que acontecem a cada dois anos. A corrida ao Palácio do Planalto promete ser especialmente tensa e, lastimavelmente, a própria Justiça Eleitoral foi indevidamente tragada para o centro das atenções, a partir de uma contestação descabida à segurança das urnas eletrônicas.
Caberá ao presidente do TSE comandar o processo eleitoral conciliando firmeza, equilíbrio e serenidade. A determinação é imprescindível para desencorajar, combater e punir, como já prometeu o próprio tribunal, investidas que buscam desacreditar com desinformação a eficácia e a transparência das urnas e do sistema de totalização dos votos. Mas a moderação também se fará necessária para que se evite jogar mais lenha na fogueira do nervosismo que envolve a eleição.
O próprio Alexandre de Moraes é alvo constante do presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. É uma circunstância que faz com que o seu discernimento seja ainda mais necessário para balancear a defesa das regras do jogo com a sabedoria para não alimentar crises.
Não é interesse dos verdadeiros democratas que a eleição transcorra em um ambiente beligerante. Pelo contrário, o desejável, inclusive pela ampla maioria dos eleitores, é que os próximos meses se desenrolem sem instabilidades extremadas. O papel do TSE, cumprido exemplarmente nas últimas décadas, é dar aos brasileiros a certeza da realização de eleições limpas e de que o resultado final seja a legítima expressão da vontade de quem vai às urnas. O sistema eletrônico de votação, reitere-se quantas vezes for necessário, nunca foi alvo de qualquer fraude comprovada. Todas as pretensas denúncias que surgiram ao longo dos anos se esboroaram diante dos fatos e apurações de órgãos competentes como a Polícia Federal.
Os candidatos, por sua vez, deveriam priorizar a apresentação de propostas para solucionar os problemas que afligem a população. Aos eleitores não interessa confusão, mas conhecer ideias e planos de candidatos aos Executivos e aos parlamentos para melhorar a saúde, a educação e a segurança, combater a inflação, colocar o país no trilho do desenvolvimento sustentado e gerar mais empregos de qualidade.
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