14 DE JUNHO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
A VOLTA DOS EVENTOS
O setor de eventos, de grande importância econômica, foi um dos que mais sofreram ao longo do período considerado auge da pandemia. Tiveram de deixar de ser realizados presencialmente para se evitar aglomerações e uma disseminação com maior rapidez e intensidade do novo coronavírus. Especialmente quando não existia vacina contra a covid-19, foi um sacrifício necessário para conter o agente infeccioso e impedir mais casos, uma pressão ainda maior sobre o sistema de saúde e, por consequência, mais vítimas fatais.
O progresso da vacinação, aos poucos, permitiu a volta das atividades. Primeiro ainda com algumas restrições de participantes e outros cuidados, mas agora nota-se um retorno em sua plenitude, outra vez movimentando a economia de pequenas e grandes comunidades. Dois dos mais importantes municípios do interior do Rio Grande do Sul, Pelotas e Bento Gonçalves, são um bom exemplo neste momento. Na cidade da Zona Sul, começou no início do mês e transcorre até domingo a 28ª edição da tradicional Feira Nacional do Doce (Fenadoce), de volta na forma presencial após um hiato de dois anos. Na da Serra, a 30ª edição da ExpoBento e a 17ª da Fenavinho também retomaram com a presença. Foram realizadas pela última vez em 2019 e, agora, a expectativa é de recorde de visitantes.
O mesmo se observa em seminários, congressos, exposições, shows, encontros religiosos e festas juninas, que voltaram a ocorrer nos moldes anteriores à crise sanitária, embora ainda sejam recomendáveis cuidados individuais como o uso de máscara em locais fechados, mesmo que não obrigatório. No final de maio, também interrompida após dois anos, Farroupilha, na Serra, recebeu a 143ª Romaria de Caravaggio, com quatro dias de programação e festejos. Nos últimos dias, com o ápice ontem, as também tradicionalíssimas celebrações a Santo Antônio, no bairro Partenon, em Porto Alegre, transcorreram o mais próximo possível da normalidade.
Não é necessário citar todos os eventos que estão regressando. O relevante é constatar que voltaram a acontecer e a alcançar os seus propósitos. De todos os tipos, têm ao redor de si um grande número de empresas dedicadas à organização e à promoção, que geram emprego e renda. Uma pesquisa da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) em parceria com o Sebrae concluiu que, em meados da década passada, o segmento era responsável por mais de 4% do PIB do país. Movimentam ainda outros serviços, como hotelaria, restaurantes e transporte. Propiciam uma série de contatos e intercâmbio de informações que, igualmente, têm potencial de se transformar em novos negócios. Os mais populares, em locais públicos, são ainda uma oportunidade para muitos trabalhadores informais, que costumam travar uma luta diária para colocar comida na mesa de suas famílias.
Seja de natureza comercial, religiosa, esportiva ou agropecuária, a volta dos eventos representa ainda um saudável retorno às confraternizações e à socialização. Mesmo que a tecnologia permita as comunicações interpessoais a distância, nada substitui a proximidade física. O ser humano, afinal, é um animal essencialmente gregário.
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