quarta-feira, 5 de janeiro de 2022



05 DE JANEIRO DE 2022
+ ECONOMIA

CEEE Equatorial muda presidente em menos de seis meses

Não se completaram nem cinco meses da posse de Maurício Velloso na presidência da CEEE Grupo Equatorial, e a empresa já tem novo presidente: Raimundo Barretto Bastos (foto). Velloso não deixa o grupo, apenas muda de função. Bastos, por sua vez, não estava nos quadros da empresa, foi contratado especificamente para a missão.

O novo presidente da CEEE Equatorial é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Bahia, com especialização em Gestão da Qualidade pelo Centro Educacional de Tecnologia em Administração e MBA em Finanças Empresarias pela FGV.

Atuou em outras companhias de energia elétrica, como o Grupo Neoenergia, atual controlador da Coelba, concessionária de distribuição na Bahia da qual Bastos foi diretor-presidente. Antes, atuou como diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobras.

O executivo já se envolveu ao menos uma vez com companhias de energia no Sul: foi sob seu comando, em substituição ao então presidente da estatal, Firmino Sampaio Neto, que a gaúcha CGTEE passou ao guarda-chuva da Eletrobras, em 1999. Duas décadas depois, ocorreu a incorporação da Eletrosul à CGTEE, que gerou a atual CGT Eletrosul, ainda parte da Eletrobras.

Conforme a Equatorial, Velloso passará a ocupar a presidência das empresas Equatorial Serviços, Equatorial Telecom e Enova (Geração Distribuída). Conforme a Equatorial, a necessidade de estruturar essa nova área foi decisiva para a troca. O agora já ex-presidente da CEEE executou o plano de cem dias à frente da distribuidora gaúcha, descrito pela Equatorial como "importante etapa na agenda de geração de valor e aceleração da integração da empresa".

Orgulho do pedido "fique em casa"

Nas redes antissociais, é comum ver uma acusação dirigida a jornalistas, especialmente em notas e reportagens que mencionam dados negativos: "É culpa de quem mandou ficar em casa, a economia a gente vê depois". A coluna não costuma responder, porque agressão não favorece o diálogo, mas gostaria de fazer uma ponderação: dá orgulho ter defendido que era preciso ficar em casa no início da pandemia.

Em primeiro lugar, porque foi a proteção coletiva que evitou nó nos serviços semelhante ao que se viu no Exterior na virada de 2021 para 2022. Com um número crescente de pessoas em quarentena em vários países, empresas, especialmente as aéreas, enfrentaram problemas para manter escalas de serviço. Isso, com a variante Ômicron, que, apesar de maior contágio, parece desenvolver doença de menor gravidade.

Em segundo lugar, porque o governo brasileiro foi - e ainda é - tão refratário à vacina que, sem a proteção do isolamento social, os estragos da covid-19 seriam ainda maiores do que o desastre que temos no Brasil, com 619.245 mortes, mesmo com 67% da população com ao menos duas doses (ou dose única). Nossa sorte é que os brasileiros, os mesmos que elegeram esse governo, pensam mais na sua própria sobrevivência e no bem comum do que parte de seus representantes e correram para se vacinar assim que possível.

Em terceiro lugar, porque a coluna conversou com dezenas de empresários que tiveram melhora em seus negócios porque... as pessoas ficaram em casa. Do setor imobiliário, que passou a vender apartamentos e casas maiores, ao segmento de móveis, alentado pela necessidade de criar home offices ou simplesmente ter mais conforto, passando pelo ramo de utilidades domésticas, que teve expansão com novas necessidades. Então, se o "fique em casa" prejudicou, de fato, alguns segmentos, também impulsionou outros.

Em quarto lugar, porque empresas economizaram durante o período em que tiveram a maior parte de suas operações desenvolvidas de forma remota. Isso abriu espaço, inclusive, para uma das maiores demonstrações de filantropia empresarial da história do Brasil, país que cultiva pouco essa prática. A coluna procurou registrar todas as ações voluntárias em favor do combate à pandemia.

Nesse momento em que o governo Bolsonaro, pela enésima vez, afunda no negacionismo ao adiar sem argumentos racionais a vacinação de crianças entre cinco e 11 anos, colocando em risco a retomada das aulas com toda a segurança, é preciso entender que a pandemia, infelizmente, não acabou. Ao menos no Brasil, não há evidências científicas de que é preciso adotar medidas restritivas de circulação coletiva (ficar em casa), mas há muitas que recomendam evitar aglomerações e manter uso de máscara e álcool gel.

MARTA SFREDO

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