2022: É possível mudar

2021, um ano em que olhamos para o nosso interior, para os nossos quintais e, como costumo exprimir, pudemos perceber que "o nosso ouro brilha tanto quanto - senão mais do que - o do vizinho".

Um ano em que vimos resplandecer uma terra rica em cultura, patrimônios e opções de sustento. 2021 nos fez buscar a liberdade de culto à nossa identidade, igualdade de acesso a recursos e humanidade para olhar o outro como olhamos para nós mesmos. Um ano que reafirmou novamente: a cultura está viva e presente em tudo que fazemos.

Na reclusão, buscamos alternativas para nutrir este setor que cuidou da saúde mental das pessoas e a sustentou. Uma delas foi a Lei Aldir Blanc, a qual pulverizou cultura por todo o nosso país e garantiu sustento a inúmeros profissionais em dificuldades financeiras.

Uma Caravana Farroupilha aconteceu, mobilizando músicos de todo o Estado. Foram 30 dias do mês de setembro produzindo o maior conteúdo audiovisual já feito. Tivemos um Cristo Protetor trazendo ânimo para a fé e a economia de Encantado e região, mas antes foi necessário proferir sua existência. Tivemos a ascensão do "Baita Chão", o Alegrete, que se tornou um exemplo no desenvolvimento do turismo cultural na região da Campanha, e lá "sobra cavalo" para tal finalidade.

Também se destaca o fortalecimento das raízes culturais na emblemática Caçapava do Sul, por meio da disseminação do pujante Forte Dom Pedro II, que, assustadoramente, poucos conhecem se considerarmos a sua magnitude.

No entanto, foi necessário que alguém acreditasse no potencial dessas mudanças.

Por tudo isso, precisamos seguir trabalhando em 2022, para que outros tantos patrimônios erguidos pela nossa rica e diversa miscigenação saiam da zona de esquecimento.

Não há o que nos garanta maior liberdade que a educação, precisamos educar nosso olhar em direção à cultura, pois é ela que revela quem somos. Heranças construídas em meio a batalhas e conquistas que em tempos de outrora forjaram nossa história são o meio de mostrarmos para o mundo de onde vem o gaúcho, como orgulhosamente nos denominamos. Nosso patrimônio cultural deve ser valorizado e difundido, servindo "de modelo a toda terra" e demonstrando a riqueza das nossas façanhas.

Por fim, se 2021 foi um ano de decisões e definições, no qual nos foi dada a oportunidade de efetuar uma verdadeira "reconstrução" por meio do processo de retomada, que 2022 seja um ano de união e fortalecimento. Que possamos seguir juntos, alicerçados na garra do nosso povo e na esperança de dias melhores. "Tamo agarrado, 2022".

CÉSAR OLIVEIRA

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