quarta-feira, 21 de abril de 2021


21 DE ABRIL DE 2021
+ ECONOMIA

Fumaça sobre novo complexo no RS

A Braskem está outra vez à venda. No Estado, é dona da maior parte do polo petroquímico de Triunfo. São independentes apenas Innova, Oxiteno e Arlanxeo. Uma dessas empresas dá origem a uma tese de mercado: como a Braskem é muito grande, seria fatiada. Nesse caso, suas instalações mais modernas, as do Rio Grande do Sul, poderiam ser integradas à Ultrapar, dona da Oxiteno. Não por acaso, o grupo que negocia a Refap com a Petrobras.

A integração da refinaria com o polo de Triunfo faz sentido porque a nafta, derivado de petróleo produzido em Canoas, é a principal matéria-prima do complexo. Seria uma solução para a Petrobras, que tem 36,1% do capital total e 47% do votante da Braskem. O objetivo da ex-Odebrecht (que agora se chama Novonor) é vender tudo para um só comprador. Mas como se trata de compromisso assumido pela ex-Odebrecht em seu plano de recuperação judicial, pode não haver alternativa. Entre os interessados, são citados fundos de investimento como Advent, Apollo, Blackstone e Mubadala (fundo soberano de Abu Dhabi, que acabou de comprar a refinaria da Petrobras na Bahia), Apollo e Advent e gigantes do setor petroquímico como a própria LyondellBasell, Dow, Formosa Plastics, Sabic e Total. Um dos interesses da LyondellBasell seriam os ativos da Braskem fora do Brasil.

A venda foi preparada, com a Braskem assumindo a indenização dos moradores de Alagoas que enfrentaram desmoronamento onde há mineração de sal-gema. Também foi beneficiada pelo aumento no consumo de matérias-primas plásticas e pelo interesse em sua resina produzida com etanol de cana-de-açúcar. Como só é feita no Rio Grande do Sul, foi alvo de investimento de US$ 61 milhões na expansão de capacidade.

MARTA SFREDO

Nenhum comentário: