O que Spilki pensa?
De produtos contra o coronavírus a projeções, Fernando Spilki, professor da Feevale, coordenador da Rede Corona-ômica.BR (do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, responde a dúvidas de leitores e de fontes da coluna há um ano. A credibilidade é tanta, que já recebo perguntas como "o que Spilki pensa disso?" Hoje, vou aplaudi-lo pelo tempo dedicado, e trazer outra entrevista:
Qual o receio sobre a vacinação parcial?
Porque vacina o indivíduo e não o do lado, o que gera escapes, as variantes. Áreas em situação crítica, como a região metropolitana de Porto Alegre, precisam de uma estratégia agressiva, como ocorreu em Manaus. Precisamos de um bloqueio vacinal.
E o que seria bloqueio vacinal?
Diminuir faixa etária e acelerar o processo para chegar a 70% de pessoas vacinadas. As variantes não são estáticas. Elas brotam, e saem raminhos, o que precisa ser interrompido. Infelizmente, é preciso parar atividades econômicas para dar tempo à vacinação.
Como acelerar isso e como as empresas podem ajudar?
É preciso ter escala, tirando entraves para termos vacinas de mais empresas. Empresários precisam pressionar. Governos são sensíveis ao clamor empresarial. Isso tem que ganhar corpo para frearmos o processo evolutivo do vírus.
Quando vamos respirar novamente?
Se tudo der certo, a tensão diminuirá no final de 2021. Mas ninguém corre maratona depois de quebrar as duas pernas. O "novo normal" será bem próximo da normalidade, só que etiquetas precisam mudar, porque o vírus continuará aí. A frase "estou um pouco gripado, mas vou para o trabalho" não pode existir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário