01 DE MARÇO DE 2021
INFORME ESPECIAL
Dados vazados e golpes virtuais
O número de estelionatos no Estado segue em alta no começo do ano. Em janeiro, foram 5,5 mil registros, 76% acima do mesmo mês de 2020. Também é três vezes superior a cinco anos atrás. Embora não existam estatísticas específicas, acredita-se que este avanço esteja ligado às tentativas de golpes usando a tecnologia, como a invasão de contas no WhatsApp e a criação de perfis falsos no mesmo aplicativo para conseguir a transferência de dinheiro, além da utilização de dados vazados para saque de auxílio emergencial e abertura de contas bancárias.
A preocupação cresce com os megavazamentos de dados. Em meados de janeiro, descobriu-se que informações de mais de 200 milhões de brasileiros eram negociadas na deep web, aumentando o risco de golpes e fraudes. Mês passado foi noticiado que o mesmo aconteceu com 100 milhões de números de celular.
- Desconfiamos que essas informações podem estar alimentando bancos de dados clandestinos de criminosos para a aplicação de golpes - diz o delegado André Anicet, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações, ressaltando que apenas com o passar do tempo será possível ter mais certeza da relação entre vazamentos e as tentativas eletrônicas de fraude.
O número de registros de estelionato no ano passado no Estado cresceu 120% em comparação com 2019, de acordo com as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública. A percepção do dia a dia é de que este aumento é puxado pelos golpes virtuais, diz Anicet.
- Parece que os criminosos encontraram um nicho. Muitos podem estar no sistema prisional, mas presos por outras razões. Praticam um crime mais fácil, menos perigoso e com penas menores - explica o delegado, acrescentando que o ideal é trabalhar na prevenção para que as pessoas não sejam ludibriadas ou não tenham seus dados furtados.
No final do ano passado, a Polícia Civil gaúcha lançou o aplicativo de celular PC Alerta!, espécie de manual para se precaver de golpes do gênero.
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