SOLIDARIEDADE CONECTADA
A chegada da pandemia do novo coronavírus também foi a oportunidade para que aflorassem na sociedade atitudes de solidariedade e desprendimento. Um exemplo de iniciativas do gênero, destinadas a ajudar quem mais precisa, é o projeto de extensão Reconecta UFRGS, mostrado em reportagem publicada na sexta-feira em Zero Hora. Ao longo de seis meses, voluntários envolvidos com a ideia trabalharam de forma abnegada para arrecadar doações de computadores e consertar os equipamentos para que pudessem ser utilizados por estudantes da instituição em situação de vulnerabilidade socioeconômica. São alunos dos mais diversos cursos da universidade que, sem as máquinas que receberam, teriam dificuldades significativas para acompanhar o ensino de forma remota, com risco de sério prejuízo a sua formação.
É tocante o relato do professor do Instituto de Informática da UFRGS Renato Ribas, coordenador do Reconecta, e mesmo dos alunos beneficiados. Ribas conta que, quando deram a largada no projeto, em julho de 2020, existiam dúvidas sobre se haveria as doações necessárias. Mas, em uma semana, a resposta em forma de equipamentos oferecidos surpreendeu, com um resultado muito acima do esperado. Nestes seis meses, foram 270 estudantes favorecidos, selecionados por sorteio. Como os computadores doados têm problemas, lembra o professor, para conseguir uma máquina consertada é preciso pegar componentes de vários equipamentos.
O sucesso da mobilização voluntária comprova que, quando a sociedade é instada a prestar apoio a quem, em certo momento, necessita de ajuda, a resposta é rápida. Ao longo dos últimos meses, são inúmeras as iniciativas de cidadãos, empresas, entidades e organizações destinadas a amparar os mais afetados pela pandemia, ajudando-os com as necessidades mais prementes. Na educação, a pandemia teve impactos mais nefastos para os alunos de instituições públicas, pela existência de um maior número de estudantes oriundos de famílias de baixa renda. O mesmo se repete no Ensino Superior e em universidades como a UFRGS, que recebe um número expressivo de jovens que ingressam na instituição por mecanismos de políticas afirmativas.
O projeto na UFRGS, entretanto, está momentaneamente paralisado por dificuldades como a logística para buscar as doações. Como a crise sanitária segue presente, é indispensável que seja em breve reativado. Para buscar um modelo que aperfeiçoe esta iniciativa meritória, faria bem a reitoria da UFRGS se decidisse institucionalizar a ideia, dando maior potencial de alcance à proposta. Bons exemplos, da mesma forma, merecem ser replicados. Quem sabe, a partir deste início de ano letivo, ações semelhantes se multipliquem, espalhando solidariedade, esperança e benefícios à educação.
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