quinta-feira, 2 de outubro de 2025


02 de Outubro de 2025
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Shutdown expõe limites do poder de Trump

Quando Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, conquistou maioria nas duas casas legislativas, o consenso foi de que havia obtido uma vitória estrondosa. Passados apenas nove meses da posse, enfrenta um problema experimentado 14 vezes por quase todos os antecessores desde a década de 1980: a paralisação de serviços federais determinada por impasse legislativo sobre o orçamento do ano fiscal que, nos EUA, começou ontem.

A realidade expôs os limites do poder do presidente que manifesta ambição de comandar de forma absoluta não só seu país, mas todo o mundo. Trump tentou, mas não conseguiu, evitar que os cidadãos americanos fossem prejudicados pela disputa política.

Caso a paralisação se estenda por muito tempo, pode afetar outras economias, além da doméstica. No mercado financeiro, já há dúvida se a publicação de dados de emprego de setembro, prevista para amanhã, será ou não mantida. São informações que costumam condicionar o comportamento de investidores.

Perdas estimadas em US$ 3 bilhões

A preocupação é grande porque Trump já protagonizou o maior período de shutdown da história recente, com 35 dias entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019. Na época, o impasse correu em torno do projeto de construção de um gigantesco muro na fronteira com o México. As perdas econômicas geradas por esse longo período foram estimadas em US$ 3 bilhões.

Agora, a disputa política que trava a aprovação do orçamento é em torno de programas de saúde. Os democratas ameaçam só aprovar o orçamento se Trump se comprometer com a manutenção de serviços de assistência médica, que podem ser encerrados se não forem renovados.

Essa posição fez o presidente americano chamar a situação de "shutdown democrata". É uma tentativa de terceirizar a responsabilidade. Mas de forma indireta reconhece que não controla o Congresso, como parecia a muitos. Para quem quer controlar o mundo, não garantir normalidade em seu próprio país é um enorme problema. _

Mesmo apostando em shutdown curto, o mercado ficou volátil ontem. Trocou várias vezes de sinal, ainda que sem grandes altas e baixas. O dólar variou 0,11% para cima, em R$ 5,329, e a bolsa desceu 0,49%, para 145,5 mil.

Indústria sueca investe em produção no RS

Fundada há cerca de 75 anos na Suécia, a multinacional de embalagens e serviços de logística Nefab passou a ter fábrica no Rio Grande do Sul desde ontem.

A terceira planta da companhia na América Latina está instalada em área industrial em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana. As outras duas unidades na região ficam em Caçapava (SP) e Viña del Mar, no Chile.

Em nova área de 2 mil metros quadrados, a Nefab terá cerca de 20 funcionários para fabricar embalagens que levam menos de um minuto para serem montadas.

Com faturamento global de US$ 966 milhões em 2024, a companhia projeta dobrar de tamanho até 2030 em todo o mundo.

- Nossa estratégia de crescimento sustentável posicionará a Nefab como a principal parceira global em soluções e serviços de embalagens sustentáveis, economizando recursos ambientais e financeiros nas cadeias de suprimentos - diz o diretor para América Latina da Nefab, Eric Wickman.

- Esta nova instalação fortalece nosso compromisso contínuo de estar presentes onde nossos clientes necessitam de nossa atuação - complementa o vice-presidente-executivo para Região das Américas, Patric Vestlund.

A empresa começou, na década de 1940, com produção de caixas resistentes para o transporte de pães. Hoje, o grupo tem cerca de 5 mil funcionários espalhados por 38 países. _

Eletropostos do RS cruzam divisa

Depois de chegar a 18 unidades no RS, a Esquina do Futuro, rede de eletropostos do Grupo Farroupilha, prepara sua primeira unidade fora. Com investimento de R$ 1,5 milhão, vai instalar em Maringá (PR), unidade com quatro pontos de recarga elétrica e loja de conveniência da Alegrow Café, do mesmo grupo.

O local terá espaço para trabalhar e ambiente Lançamento do Futuro, de exposição de soluções de tecnologia e sustentabilidade. Os eletropostos têm capacidade de recarregar veículos atingindo até 80% da carga em 15 minutos. Esse percentual não afeta o desempenho nem reduz a vida útil da bateria. Equipados com tecnologia da catarinense WEG, os postos priorizam fontes de energia verde e renovável. _

Grupo Herval reforça presença nos Estados Unidos

Marca de móveis de alto padrão do Grupo Herval, a Uultis abriu sua primeira loja-conceito nos Estados Unidos. A flagship já está operando em fase de soft opening, recebendo apenas clientes selecionados, e terá inauguração oficial nos próximos meses em Midtown, Miami.

Para a empresa, é um passo estratégico para consolidar a presença da marca no mercado americano. A Uultis já tinha showroom em Miami e lojas em Nova York, Los Angeles e Saint Petersburg, também na Flórida.

- Estamos preparando um momento especial para marcar oficialmente a abertura - afirma José Agnelo Seger, presidente do Grupo Herval.

A abertura da loja própria já fazia parte do plano estratégico da Uultis para os EUA, não tem qualquer relação com o tarifaço, assegura Seger:

- O Grupo Herval já tem base sólida nos EUA e seguirá investindo nesse mercado de forma estratégica. Seguimos atentos ao cenário atual e seus desdobramentos.

A decisão de abrir a unidade em Miami está ligada ao que a empresa vê como "momento de maturidade" da Uultis, que completa 10 anos em 2026.

- Sentimos a necessidade de mostrar nossa força e identidade em estrutura própria e organizada. A marca precisa ter no mercado internacional a mesma força que tem no Brasil - afirma o presidente do grupo. 

GPS DA ECONOMIA

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