terça-feira, 1 de julho de 2025



01 DE JULHO DE 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes

Uruguai volta a reivindicar soberania sobre território no RS

A operação do Parque Eólico Coxilha Negra em Santana do Livramento, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, reativou uma antiga reivindicação uruguaia sobre um território que o país vizinho considera seu. A área em questão, chamada de Rincón de Artigas pelos uruguaios, é alvo de uma disputa fronteiriça que já dura pelo menos 90 anos.

Recentemente, o Ministério das Relações Exteriores do Uruguai enviou um comunicado oficial ao Itamaraty no qual afirma não ter sido informado sobre o início das obras em 2021. O documento ressalta que a construção não implica reconhecimento da soberania brasileira sobre o território e defende a retomada das discussões sobre a demarcação.

Entenda o caso

A região contestada possui 237 quilômetros quadrados - área maior que a parte urbana da capital, Montevidéu - com o Uruguai reivindicando especificamente 22 mil hectares (220 km²). A disputa remonta a 1934, quando Montevidéu questionou pela primeira vez a posição do Marco 49-I, próximo à localidade de Masoller. Segundo a versão uruguaia, a comissão binacional que delimitou a fronteira teria seguido o braço errado de um curso d?água, incorporando ao Brasil uma área que não lhe pertenceria.

Desde 1974, os mapas oficiais uruguaios marcam a região como "limite contestado", incluindo-a no Departamento de Artigas. O Brasil, por sua vez, mantém a posição de que o território lhe pertence legalmente, com base nos acordos fronteiriços estabelecidos. Na região está a vila Thomaz Albornoz, criada em 1985, durante a ditadura militar, para reforçar a posse brasileira sobre o território. A reportagem de Zero Hora visitou o espaço em 2018.

É neste território que está instalado o Parque Eólico Coxilha Negra e que trouxe novo fôlego a essa controvérsia histórica ainda não resolvida entre os dois países. De acordo com o site da Eletrobras, a obra foi iniciada em agosto de 2022 e a entrada em operação comercial ocorreu a partir de julho de 2024. O espaço tem capacidade instalada de 302,4 MW, energia equivalente ao atendimento de 1,5 milhão de consumidores.

A coluna tenta contato com o Itamaraty e com a Eletrobras para comentar o assunto. _

Aposta na prevenção

Uma coisa são as obras de proteção de Porto Alegre e do Estado. Só depois disso, é que teremos alguma tranquilidade, quando a chuva começar a cair.

Outras coisas são medidas de prevenção. E nisso os governos do Estado e da Capital foram bem nos últimos dias. O governador Eduardo Leite colocou o pé na estrada e liderou reuniões nos gabinetes de crise regionalizados em cidades como Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Torres e São Sebastião do Caí, além da Capital. Houve dados, análise em tempo real e articulação com as prefeituras, o que permitiu que moradores fossem retirados de casa antes que a água subisse.

Desde o início das previsões de elevadas chuvas o prefeito Sebastião Melo conduziu reuniões diárias no Ceic para avaliar cenários e prognósticos meteorológicos e hidrológicos. Quando a situação se agravou, no final de semana, Melo convocou reuniões na sexta, sábado e domingo. Na de domingo, decidiu fechar todas as comportas remanescentes. Tanto Melo quanto Leite estão tomando decisões mais assertivas. Houve agilidade e transparência.

Enquanto as obras necessárias - e que deveriam ser urgentes - não ficam prontas, essa evolução na prevenção deve ser reconhecida. Isso também salva vidas. _

O Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho, representando as Igrejas do Sul Global, deve encontrar o papa Leão XIV hoje no Vaticano. O grupo será liderado pelo presidente do órgão, arcebispo metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, e irá abordar a crise climática e a COP30.

80 anos do retorno dos pracinhas da FEB

Porto Alegre receberá, entre 18 de julho e 17 de agosto, a exposição 80 Anos do Heroísmo Brasileiro. A mostra homenageia o retorno da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que participou de combates na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.

De acesso gratuito, a exposição estará disponível para visitação no Museu do Comando Militar do Sul (MCMS), reunindo reproduções de notícias da época, desenhos do artista plástico gaúcho Carlos Scliar - ex-soldado da FEB na Itália - produzidos nos combates, além de documentos e elementos audiovisuais.

Conforme o curador Salus Loch, a exposição presta tributo aos mais de 25 mil brasileiros que lutaram ao lado dos Aliados. Um dos destaques é o impacto do retorno do primeiro escalão de combatentes, ocorrido em 18 de julho de 1945, amplamente documentado por jornais e revistas da época.

- A exposição não apenas relembra o heroísmo e o sacrifício dos expedicionários, mas busca aproximar novas gerações desse capítulo da história nacional, reiterando a necessidade de mantermos viva a memória em tempos de complexos desafios globais, honrando aqueles que defenderam a liberdade e a democracia - diz Loch.

A obra inclui painéis com reproduções de capas de publicações originais, trechos de reportagens, fotografias e vídeos, além de bicos de pena de Scliar, produzidos em território italiano e no retorno ao Brasil, a bordo do navio D. Pedro I.

A exposição é realizada pela Casa da Memória Unimed Federação/RS e pelo Instituto Unimed/RS.

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