terça-feira, 1 de julho de 2025


01 de Julho de 2025
ACERTO DE CONTAS - Giane Guerra

Congelados novos hotéis e restaurantes em Gramado

Dois decretos suspendem por seis meses o protocolo de novos projetos na prefeitura para construção de restaurantes e hotéis em Gramado, na Serra.

No caso de hotéis, vale para toda a cidade e a exceção são pequenas hospedagens de até 20 leitos, cujas propostas seguem sendo recebidas. Já para restaurantes, a restrição é para projetos com mais de 20 cadeiras para o centro da cidade, explica o secretário do Turismo, Ricardo Bertolucci Reginato. O prefeito Nestor Tissot esclarece também que segue autorizada a troca de CNPJ de restaurantes se ocorrer venda.

Problemas no trânsito e de infraestrutura de saúde pública e saneamento, além da queda da taxa de ocupação (de 56% a 45% em quatro anos), são citados como argumento nos decretos. A medida atende a pedido do próprio setor do turismo, diz o presidente do Sindicato da Hotelaria e Restaurantes da Região das Hortênsias (SindTur Serra Gaúcha), Claudio Souza, que esclarece que a medida inclui imóveis vendidos em cotas, chamados de multipropriedade. Há receio de uma "bolha" na cidade mais turística do Estado.

- Até avançamos na questão da água, mas precisamos de saneamento e energia para este crescimento. Temos de discutir também a essência das Hortênsias, se o turista quer algo grande ou mais familiar. Não vai ter desemprego porque já falta mão de obra no que está em construção. As empresas poderiam transformar projetos de hotéis em moradia para quem trabalha aqui. Gramado precisa de um crescimento de forma ordenada e descentralizada - disse.

Gramado já tem 216 hotéis, que somam 24,7 mil leitos. Estão em construção 13 projetos com 9,9 mil leitos e outros 33 estão em análise.

O entendimento de quem apoia a decisão é de que não há estrutura nem cliente para tanto. Na gastronomia, são 318 restaurantes, com 26 mil cadeiras, enquanto tramitam 43 pedidos de alvarás.

Então, esclarecendo, porque a coluna já soube que a interpretação está confusa: não vai parar obra em andamento nem tramitação do que já havia sido recebido pela prefeitura. _

O gasto com a compra de produtos de inverno subiu a R$ 320, acima dos R$ 274 do ano passado. O Sindilojas Porto Alegre pondera, porém, que é reflexo da inflação, pois 40% dos lojistas disseram que os preços subiram.

Indústria esvaziada por medo do Guaíba

Indústria de autopeças para veículos de alta performance, a Fueltech praticamente esvaziou o primeiro andar da sua fábrica na Avenida das Indústrias, no bairro Anchieta, em Porto Alegre. O trabalho de deslocamento dos equipamentos começou ainda na quinta-feira da semana passada, quando as previsões passaram a ser mais incisivas para o risco de inundação com a alta do Guaíba.

- É uma precaução para não passarmos pelo que ocorreu na enchente de 2024 - diz o CEO da Fueltech no Brasil, Leonardo Fontolan.

Computadores, outros equipamentos e estoques foram elevados em, no mínimo, 2m50cm. Carros foram retirados.

Uma linha de produção provisória foi montada no segundo andar da fábrica. Além disso, caminhões estão a postos para retirada do maquinário mais pesado, caso necessário.

A empresa trabalha com alta tecnologia, o que exige equipamentos caros.

- Levantamos 100% do estoque, com empilhadeiras - enfatizou o executivo. _

Brigada ocupa espaço em shopping

Como na enchente de 2024, o Shopping Total está servindo como local de estacionamento para viaturas da Brigada Militar que podem ser acionadas em ocorrências provocadas pela alta do Guaíba. Outros órgãos públicos poderão usar o espaço se suas sedes forem alagadas, diz o superintendente Eduardo Oltramari.

Entrevista - Sócio da IPC Marketing Editora - "O RS pisou no freio"

O potencial de consumo de R$ 545,9 bilhões previsto pelo IPC Maps para o RS em 2025 supera em 9,8% 2024, sem descontar a inflação. Apesar da enchente, teve dinheiro de auxílios de governo. Sócio da IPC Marketing Editora, Marcos Pazzini comenta os resultados da pesquisa, feita anualmente há mais de 30 anos.

Apareceu efeito da cheia?

O cenário de consumo teve crescimento parecido com o do país. Mas há a ressalva para abertura de empresas, tratando-se das maiores e não de microempreendedores individuais (MEIs), que nem sempre geram emprego. O Brasil teve aumento de 4,2%, enquanto o Rio Grande do Sul teve alta de 1,2% no número de empresas. Pisou no freio, embora ainda seja uma elevação. No país, a expectativa é de que o consumo cresça 3% (descontada a inflação), e aí no Rio Grande do Sul esse avanço deve ser menor, de 2,58%.

É comum o Rio Grande do Sul crescer menos?

Não. Tanto que o Estado, nos anos anteriores, ajudou a Região Sul a ficar na segunda posição no país. O Nordeste, muito pelo crescimento do turismo, ficou em segundo lugar agora em 2025, atrás apenas do Sudeste.

Alguma mudança de consumo foi identificada?

A alimentação fora do domicílio subiu bastante entre os gastos com a retomada do hábito após o isolamento da pandemia. Também é grande o gasto com veículo próprio, porque muita gente tem usado para trabalhar, como o transporte por aplicativo. Já o valor alto para medicamentos é reflexo do envelhecimento rápido da população, o que gera cenário preocupante para os planejadores do governo federal. 

Marcos Pazzini

ACERTO DE CONTAS

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