No RS, Alckmin dá sopro de esperança à energia eólica
O problema é antigo e parecia insolúvel. Os investidores em energia eólica do Estado se ressentem do que veem como concorrência desleal do Nordeste, que tem acesso a financiamento de custo mais baixo para seus projetos, portanto sempre deixam os gaúchos só ouvindo o vento passar. Em reunião com empresários do segmento, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, tirou da cartola o Fundo do Clima, administrado pelo BNDES, que serve exatamente para financiar "desenvolvimento tecnológico relacionado à redução de emissões de gases do efeito estufa e à adaptação às mudanças do clima e aos seus efeitos".
Claro, ainda pode haver um longo caminho até a implementação, mas é uma saída mais factível do que a criação de um fundo semelhante ao que existe para atender ao Nordeste. Na audiência marcada pelo deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), relatou à coluna Telmo Magadan, da Brain Energy, os empreendedores disseram que não queriam "pedir, nem reclamar", mas apresentar projetos que representam investimentos de R$ 50 bilhões e precisam de apoio para se viabilizar. Desses, oito já têm até licença de instalação e ao menos 20, licença prévia.
Os empreendedores em energia eólica ficaram satisfeitos com a atenção recebida, afirmou Magadan. E, enquanto ministro, relatou Alckmin na entrevista concedida ao Grupo RBS (leia na página 11), convidou o segmento para uma reunião mais aprofundada em Brasília.
Gerson Haas, presidente do Sinplast, relatou que voltou a insistir em uma solução para o segmento, com ajuda do presidente da Fiergs, Gilberto Petry:
- Ele foi bastante sensível ao assunto, havia estudado de terça até hoje (sexta), inclusive estava com os documentos que entregamos. Prometeu estudar e construir uma saída viável.
Circulando na loja circular da Renner
Na sexta-feira, a coluna visitou a loja circular da Renner em Porto Alegre, no Iguatemi - logo depois da reinaguração - para conhecer seu novo conceito: tudo o que entra é reaproveitado, reusado, reciclado ou encaminhado a descarte correto.
É 13ª unidade circular da Renner no Brasil. No Estado, foi antecedida em um dia por outra loja com os mesmos princípios em Canela, aberta na quinta-feira. As duas receberam investimento somado de R$ 40 milhões.
Conforme o gerente-geral de sustentabilidade da Renner, Eduardo Ferlauto, todas as novas unidades da rede já estão sendo implantadas com esse conceito. Como a rede tem cerca de 650 lojas no Brasil, as demais serão transformadas à medida que for necessário algum tipo de reforma.
Uma das primeiras características do conceito é a chamada permeabilidade. Como fica em um shopping, fica mais "aberta", sem espaços com vitrines separadas. Os manequins estão espalhados pelo espaço, todos 100% feitos com resinas plásticas recicláveis.
A impressão de amplitude é real, porque a loja ficou mais leve - literalmente. Só em gesso, houve redução de 84%. As roupas também estão em expositores com 50% menos material, o que reduz consumo e dá mais destaque aos produtos.
No meio da loja, há dois cilindros de vidro com fibras de algodão e viscose. Ferlauto lembrou que a Renner tem 100% do algodão usado em suas peças com certificação de produção responsável - no caso da viscose, de 70%, pois não há produção nacional da fibra. Além disso, todos os resíduos da reforma foram empregados em terraplenagem ou produção de biomassa, nada foi levado para aterros.
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