quarta-feira, 2 de agosto de 2023


02 DE AGOSTO DE 2023
INFORME ESPECIAL

Colecionador de desafios

Depois de três anos "apagando incêndio" nas contas do Estado e de mais um ano e cinco meses liderando a reforma no IPE Saúde, Bruno Jatene assumiu ontem o cargo de diretor de Previdência da Aegea, dona da Corsan.

A aquisição da estatal pela empresa foi sacramentada no início de julho, em meio a um longo e controverso processo de privatização. Desde então, a promessa da Aegea, como destacou a colunista Rosane de Oliveira, é fazer do Rio Grande do Sul a sua "laranja de amostra" - ao contrário do que vem ocorrendo com a Equatorial, alvo de duras críticas desde que assumiu o controle da CEEE, antiga estatal de energia elétrica.

Jatene será peça fundamental nesse projeto, já que um dos grandes desafios da Aegea será solucionar o passivo previdenciário milionário herdado da Corsan, estimado em pelo menos R$ 840 milhões.

Jovem, conhecido pela capacidade de diálogo e pela boa oratória, com experiência tanto no setor público (é auditor fiscal concursado desde 2010) quanto no privado (onde atuou por 12 anos) e com fama de "gestor que sabe resolver problemas financeiros", o ex-presidente do IPE Saúde terá uma "pedreira" pela frente.

- Não vai ser fácil, mas já me acostumei a desafios e gosto disso. O primeiro passo será dissecar o passivo e implantar um plano de equacionamento o mais rápido possível. Estou motivado - diz o novo diretor.

Paraense nascido em Belém e radicado em Porto Alegre desde 1998, onde vive com a família (e aprendeu a tomar chimarrão), Jatene seguirá na Capital, mas também atuará em nível nacional.

Vale lembrar que a Aegea é uma das maiores empresas de saneamento do Brasil, com 12 mil funcionários em 13 Estados, sem contar o Rio Grande do Sul e os 5 mil servidores da antiga estatal gaúcha.

Siron capturando sonhos

Depois de um hiato de duas décadas, o pintor, escultor, gravurista e ilustrador Siron Franco (foto), reconhecido no Brasil e no Exterior, volta a Porto Alegre com uma exposição individual e inédita.

Com curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro, Armadilha para Capturar Sonhos vai exibir, a partir de 16 de agosto, no Farol Santander, 63 telas que percorrem nada menos do que seis décadas de produção do premiado artista goiano.

Parte das obras nunca foi apresentada ao público. O conjunto compõe a coleção particular de Justo Werlang e retrata temas bem variados na trajetória de Siron, como o cosmos, as questões existenciais humanas, a natureza e as injustiças sociais.

A exposição ficará em cartaz até 22 de outubro. Mais detalhes, em breve, no site farolsantander.com.br.

PEDRO ROSA NETO professor de Neurologia no Canadá

Mal crônico e ainda sem cura, a doença de Alzheimer - que acomete 38,5 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) - será tema de evento gratuito e aberto, hoje, às 12h15min, no Hospital Moinhos de Vento, na Capital. Entre os convidados, está o neurologista Pedro Rosa Neto (foto), diretor do Centro de Pesquisa para Estudos em Envelhecimento da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá.

Quão perto estamos de diagnosticar o Alzheimer com um simples exame de sangue?

Muito perto. Há uma grande evolução em relação aos testes sanguíneos. Ainda não temos nenhum aprovado por autoridades de saúde internacionais, mas em breve teremos.

Em breve, quando? Acredito que, dentro de três anos, testes sanguíneos estarão comercialmente disponíveis.

É uma ótima notícia, não? Sim, particularmente porque agora temos tratamento. Desde o início do ano, existem dois medicamentos capazes de alterar o curso da doença. Se as pessoas começam a usá-los na fase inicial, elas podem se beneficiar muito.

Já dá para falar em cura para o Alzheimer?

O Alzheimer pode vir a ser a primeira doença degenerativa com esperança de cura, mas, neste momento, isso ainda não foi comprovado. Estamos apenas na segunda medicação que retira do cérebro as proteínas causadoras da doença. As próximas gerações de medicamentos certamente virão com menos efeitos colaterais e vamos poder administrá-las cada vez mais cedo. No futuro, acredito que a doença será como a hipertensão, que a gente trata para prevenir crises cardíacas ou isquemias. Sou muito otimista.

JULIANA BUBLITZ

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