quarta-feira, 1 de março de 2017



01 de março de 2017 | N° 18781
ARTIGOS - VÍTOR BLEY DE MORAES*

A VOLTA À REALIDADE

Terminou o Carnaval, enfim começa 2017. Pelo menos, é o que se diz. E tomara que comece mesmo e de forma mais positiva do que os primeiros dias oficiais deste ano. Mas, para quem mora em Porto Alegre, a tortura do trânsito será a mesma das últimas décadas. 

Congestionamentos diários, independente de horário. Resguardadas as proporções, as mesmas condições que os veranistas enfrentaram para ir e voltar do Litoral. E o pior: sem qualquer perspectiva. Recentemente, foi anunciado que o metrô de Porto Alegre voltou à estaca zero por falta de verbas da União, Estado e da prefeitura da Capital.

Tantos anos de discussões, de projetos e expectativas jogados pelo ralo. Continuaremos sem a obra de mobilidade urbana mais necessária da nossa cidade. O último projeto previa um traçado ligando a Zona Norte, de trânsito permanentemente caótico, ao Centro Histórico. Uma região cheia de hospitais, shoppings, inúmeros condomínios e de ligação com diversos municípios. Um trânsito que vai ficar cada vez pior, pois o número de veículos aumenta e as vias continuam as mesmas. Haja paciência, principalmente se continuar esse calor. 

O pior é que esta falta de recursos é consequência dos roubos, desvios e todo tipo de falcatrua que vêm atingindo o país nesses últimos anos. Uma pequena parcela de tudo que foi surrupiado do Brasil já garantiria a construção do nosso metrô. Mas, sem verbas, continuaremos sem perspectiva e amargando diariamente o estresse de um trânsito cada vez mais engarrafado.

Porto Alegre bem que merecia a sua linha de metrô, assim como outras capitais brasileiras já possuem há muitos anos. Talvez ainda permaneça aquele escritório, perto do Estádio Beira-Rio, que deve continuar com os projetos de um metrô que não sai nunca do papel. Mas, acabaram as férias, acabou o Carnaval. Tudo volta “ao normal”. 

Quer dizer, trânsito congestionado, longas filas nos bancos, restaurantes, cinemas, emergências dos hospitais, postos de saúde... E de quebra, a mesma insegurança de sempre, água com gosto de terra, mato alto pelas vias públicas e a agitação de uma grande cidade, que no dia 26 de março completa mais um ano. Apesar de todos os problemas, temos que manter o otimismo e buscar o melhor, afinal, o ano recém está começando. Estamos voltando à realidade.

*Jornalista

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