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terça-feira, 13 de março de 2012
ELIANE CANTANHÊDE
Mas duram muito...
BRASÍLIA - Aplica-se para a queda de Romero Jucá a máxima que Juca Kfouri usou para a de Ricardo Teixeira: "Não há mal que sempre dure". Mas uns duram muito.
Entrava presidente, saía presidente, e entrava ano, saía ano, lá estavam Jucá na liderança do governo e Teixeira no comando da CBF, transformando cargos temporários em vitalícios, verdadeiras cadeiras cativas.
Jucá resistiu aos anos tucanos de FHC, aos petistas de Lula e não largou o osso no governo pluripartidário de Dilma, até que... o Planalto sofreu sua maior derrota no Senado, que impediu a recondução de Bernardo Figueiredo para a agência de transportes terrestres por 36 votos a 31. E o homem, ainda por cima, é amigo de Dilma, que ficou uma fera.
Vai-se Jucá (e já vai tarde), fica a crise do Planalto com a tal base aliada, que só é aliada mesmo quando interessa. Quando não, é mais perigosa -e, às vezes, mais feroz- do que a bancada oposicionista.
Jucá tem lá seus defeitos, que são muitos e vêm de longe, no espaço e no tempo. Mas a verdade é que o aperreio da presidente com o PMDB, o PR, o PP, o PSB, o PTB, o PDT, o PC do B e com o próprio PT não é culpa de uma peça só, mas da engrenagem.
Ao substituir Antonio Palocci por Gleisi Hoffmann e por Ideli Salvatti, uma na Casa Civil e a outra na articulação política, Dilma fez uma jogada de risco. Gleisi é uma senadora em primeiro mandato e Ideli é descrita pelos próprios correligionários petistas como "elefante em loja de louça". Enquanto isso, os líderes do PT se digladia no Congresso.
A coordenação política é fraca, quando deveria ser particularmente forte para compensar a falta de traquejo e de gosto da própria Dilma. Não adianta virar as costas, porque a política move o mundo e os governos. O máximo que pode acontecer é dar com a cara na parede.
Depois da "faxina" nos ministérios, começa uma no Congresso? Nesse caso, Jucá seria só o primeiro.
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