quarta-feira, 28 de março de 2012



28 de março de 2012 | N° 17022
PAULO SANT’ANA


Urgente fim para as desordens

Ontem, Porto Alegre teve seu trânsito paralisado em diversos pontos por passeatas de agricultores e vigilantes, o fato dominou o noticiário da Rádio Gaúcha durante todo o dia.

Horas e horas de engarrafamentos irritantes.

Quero dizer uma coisa. Essas passeatas que interrompem o trânsito são ilícitas. Porque revelam o que se chama de desordem. Ou seja, sabotagem.

Elas sabotam um serviço essencial da cidade: a sua circulação.

Se assim como explico bem, é uma desordem, então os manifestantes se constituem claramente em desordeiros.

São uns desordeiros.

Esses manifestantes costumam dizer que se manifestam nas ruas porque vivemos num regime democrático.

Justamente por vivermos numa democracia é que nenhum protesto público pode interromper o trânsito. Quando assim interrompem o trânsito, esses desordeiros ferem a liberdade de locomoção das pessoas.

Não se diga que paralisam somente os proprietários de carros, interrompem também o trânsito dos ônibus, dos lotações, dos táxis, ou seja, interrompem o trabalho das pessoas, atacam a coletividade.

São uns desordeiros.

Em primeira instância, a EPTC tem de reprimir essas passeatas. Em segunda instância, se tiver de usar de energia ou força, a Brigada Militar tem de reprimir essas passeatas, extirpá-las do mapa da cidade.

Chega de conviver pacificamente com essas passeatas que sabotam o trânsito.

Lugar de passeata é nas praças, sem incomodar ninguém. A praça é do povo, lá é que deveriam protestar contra tudo esses desordeiros.

A praça é do povo e o leito das ruas é dos veículos, que contêm povo.

Evidentemente que o propósito desses desordeiros é chamar a atenção para os seus protestos. Mas o que têm a ver com seus protestos as pessoas que estão dirigindo ou que estão nos ônibus, lotações e táxis? Dentro desses veículos vão pessoas trabalhadoras, vão idosos, vão crianças. E dentro das ambulâncias que os desordeiros transtornam vão doentes.

Vão ter de parar com esse absurdo aqui em Porto Alegre esses desordeiros.

Terão de ser reprimidos.

Esta coluna, por ser uma das mais lidas do Brasil, campeã absoluta de leitura no Top Of Mind da Revista Amanhã em 22 anos consecutivos de sua realização, tem por isso o dever conceitual, moral e profissional de descascar essas passeatas que interrompem o trânsito.

Ganhei o mandato para defender a coletividade contra esses vândalos quando recebi, 18 anos atrás, o maior galardão de minha vida de jornalista: o Prêmio de Direitos Humanos, o Human Rights.

Defender o direito de trânsito das pessoas é defender os direitos humanos.

É defender o direito das multidões de se locomoverem e não verem atrapalhadas e molestadas gravemente suas vidas por esses desordeiros, cujos protestos, no sentir desta coluna, se tornam vilipendiados pela interrupção do trânsito.

A maioria desses protestos é justa, só não é apropriada. Vão protestar nas praças, não no leito das ruas.

Não! Não! E não, senhores e senhoras desordeiras.

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