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segunda-feira, 19 de março de 2012
19 de março de 2012 | N° 17013
KLEDIR RAMIL
Dentista – da série Profissões
Dentista é uma ótima profissão para quem gosta de falar sem ser interrompido. Você coloca um tubo de sucção na boca do paciente, ou um chumaço de algodão para imobilizar a reação do outro, e pode escolher o assunto de sua preferência: futebol, política, Big Brother...
Antigamente, quando aparecia alguém com dor de dente, a solução era simples. O cara abria a caixa de ferramentas, pegava um alicate, metia o pé no peito do pobre coitado e liquidava a questão.
Com o advento da broca elétrica, uma espécie de minibritadeira, o dentista começou a abrir buracos nos dentes dos pacientes e a botar os micróbios pra correr. Aí, fazia uma faxina geral e tapava com argamassa, quer dizer, com uma massinha especial. Se você gostava de brincar de massinha de modelar quando criança, vai gostar de ser dentista. Ou, ainda melhor, vai adorar ser protético.
Tiradentes é reconhecido como um dos grandes vultos da História do Brasil, não por suas habilidades de dentista, mas por participar de um movimento político que, entre outras coisas, reivindicava uma mudança na cobrança de impostos por parte do Império, que chegavam ao absurdo de 20%.
Foi parar na forca, e o problema não foi resolvido. Apesar de termos evoluído para uma República, nossa carga tributária continuou crescendo e já está beirando os 40%. Ou seja, apesar do sacrifício do Mártir da Independência, estamos cada vez mais com a corda no pescoço.
Voltando à dentadura. Dentista sempre foi o horror das crianças (e de muitos adultos). Era um ser mitológico, comparável ao Bicho Papão e usado para assustar as criancinhas que não queriam escovar os dentes: “Vou te levar no dentista pra você ver o que é bom”. Ou a pior das ameaças: “Não é obturação, não! Vai ter que fazer tratamento de canal!”.
Com a invenção da anestesia, a imagem do dentista melhorou bastante. Mesmo assim, não vejo muitos jovens falando em fazer Odontologia. Aliás, é uma das minhas preocupações atuais. Quem vai cuidar dos nossos dentes quando ficarmos velhinhos?
Minha esperança é que, com o avanço da tecnologia – que já nos deu o iPad e a TV em 3D –, a broca elétrica seja definitivamente aposentada, e a visita ao dentista passe a ser um acontecimento agradável, prazeroso.
Broca de dentista é uma das piores invenções da humanidade. Quer dizer, tenho que reconhecer que foi um avanço. O alicate sem anestesia era muito pior.
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