sábado, 31 de março de 2012



31 de março de 2012 | N° 17025
PAULO SANT’ANA


A eternidade do crucifixo

Vou meter minha colher neste assunto da retirada dos crucifixos das salas judiciais.

Não consigo entender como possam os crucifixos aviltar, molestar, prejudicar as pessoas que vão ter aos pretórios e não são cristãs.

Jesus crucificado é o símbolo da maior injustiça que se cometeu na Terra. Por que não lembrar à Justiça a maior injustiça que os homens já cometeram?

Outra coisa, desta vez mais importante: o Brasil nasceu sob o signo da cruz. Quando chegaram aqui os portugueses, trouxeram junto com suas caravelas os sacerdotes católicos.

Em seguida ao Descobrimento, foi rezada a primeira missa, celebrizada, ao que me parece, na tela de Pedro Américo.

Compreensível, então, que alguém tivesse se lembrado de mandar colocar nas salas dos pretórios os crucifixos, tornando indelével que alguém que for julgar outrem tem de voltar a lembrança para o Nazareno que foi julgado de modo infame e pagou com a vida por ter pregado somente o bem na sua caminhada ao redor de Jerusalém.

Então quer negar-se ao Brasil que nós pertencemos por aqui a uma civilização cristã?

Pelo que ouvi, alguns não cristãos se sentiram incomodados porque ao recorrer à Justiça e seus préstimos viam nos recintos das audiências e dos julgamentos a imagem da cruz, na qual não acreditavam.

Mas e daí? Não somos, pelo menos simbolicamente, um país cristão e católico? É, queiram os pagãos, queiram os agnósticos, queiram os muçulmanos ou quaisquer outras crenças, não crenças e seitas.

Por que negar ao Brasil a sua origem notadamente cristã?

Além disso, se o crucifixo lembrasse o demônio ou qualquer outro agente do mal, seria compreensível que se quisesse exorcizá-lo dos ambientes judiciais.

Mas não é nada disso, Cristo é agente do bem, não pregou outra coisa na Terra que não fosse o amor, a caridade, a solidariedade, a fraternidade. E, principalmente, em todos os capítulos e versículos de seu livro, pregou a justiça.

É muita audácia querer expulsar o amor, a caridade, o bem dos tribunais.

Seria como expulsar a justiça dos tribunais.

Dizem que o Brasil é um Estado laico. Está bem. No entanto, este mesmo Estado laico, isto é, não religioso, acata e implanta inúmeros feriados religiosos que são respeitados, acatados e alguns até festejados até pelos ateus.

Não conheço nenhum feriado ateu. Não há sequer qualquer feriado pertinente aos evangélicos, religião que já fincou raízes no Brasil e vem tendo ultimamente em nosso país um crescimento notável.

Qual a razão dos feriados cristãos? É muito claro, na origem da história brasileira está muito marcante a cruz, não se pode apagar da origem brasileira a cruz, a veneração ao sacrifício de Jesus.

E, se o Brasil não é de todo cristão, no entanto no berço histórico da nação brasileira, do país brasileiro, do povo brasileiro, é eloquente e inapagável a tradição cristã.

Não podem ser retirados dos tribunais brasileiros, por todas essas razões, os crucifixos.

Seria como retirar a águia da simbologia norte-americana.

Um comentário:

Joel Romario Carneiro disse...

Soma-se a isso o fato de termos nomes de cidades, de logradouros, de bairros, de comunidades, de entidades civis com nomes de Santos, inclusive com nome de Jesus. Que certamente na visão dessas pessoas terão de mudar de nome. Se o nosso Estado é laico, para esses indivíduos essas denominações terão de ser alteradas. E com certeza, nos feriados religiosos eles serão os soldadinhos do passo certo a fazerem plantões em seus trabalhos. Por favor, há problemas mais importantes para resolvermos.