Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sexta-feira, 23 de março de 2012
23 de março de 2012 | N° 17017
DAVID COIMBRA
Novas mães, novos pais
Volta e meia vejo mulheres encantadas com uma mudança no comportamento dos homens de hoje. Constatam elas, embevecidas, que os homens se transformaram em bons pais. E é verdade. Em geral, os pais da minha geração tratam os filhos com desvelo e carinho, ao contrário de seus próprios pais, que não se comoviam com crianças, nem com as que eles produziam.
O que as mulheres não compreenderam ainda é que isso é fruto da infalível lei de compensações da Natureza. Os homens de hoje são melhores pais porque elas, as mulheres, são piores mães.
Os homens cozinham como antes não cozinhavam, cuidam da casa como antes não cuidavam e tratam os filhos como antes não tratavam porque as mulheres deixaram de fazer tudo isso tão bem como faziam.
Mas esse fenômeno não vilaniza as mulheres, de jeito algum. As mulheres de hoje são assim também devido à infalível lei de compensações da Natureza. As mulheres tiveram de “sair de casa” para trabalhar. Não foi uma opção delas, não foi uma luta delas. Não. Foi uma exigência da realidade capitalista. O mercado precisava das mulheres trabalhando e consumindo, e o mercado sempre alcança o que precisa.
Então, entrou em ação mais uma vez a infalível lei de compensações da Natureza. Servir a dois senhores ao mesmo tempo é tarefa árdua, como já ensinou Jesus. Uma mulher que dá mais atenção ao trabalho dará menos atenção aos filhos. Olhe em volta. Todas essas mulheres trabalhando.
Onde elas estariam há 40 anos? Em casa, zelando pelos filhos. Se não estão lá, com quem estão seus filhos? Com educadores terceirizados. Para suprir um pouco essa falta, os homens tiveram de dar menos atenção ao trabalho e mais aos filhos.
Mas não basta. A figura da mãe é poderosa demais para ser substituída por pais em meio período ou por babás em período integral. O resultado é a depressão endêmica e a decadência moral, ambas subprodutos da carência emocional. Por que alguns bandidos não se limitam a roubar, e usam de crueldade?
Por que as pessoas são agressivas nas redes sociais, no trânsito ou no contato com indefesas operadoras de telemarketing? Por que as pessoas têm cada vez menos respeito pelas outras pessoas? Porque tiveram mãe o suficiente. Porque não tiveram AMOR DE MÃE o suficiente.
Mas não adianta, nunca mais as pessoas sentirão nostalgia por mães com o chinelo na mão, o avental todo sujo de ovo, porque essas mães estão extintas feito mamutes e pássaros dodôs. Hoje, as mulheres têm orgulho de não saber cozinhar, imagine.
O único paliativo reside... na infalível lei de compensações da Natureza: contrabalançar com doses maciças de educação formal e punição dura, receita empregada na velha Europa. Punir é mais didático e econômico do que fiscalizar, ressalte-se. Punir também educa – vide o chinelo na mão das mães de outrora. Não resolverá o problema da depressão, mas será um paliativo para a decadência moral.
É assim, tudo muda. O que nem sempre é ruim. Até no caso das novas mães. Olhe para elas. Para suas roupas. Para a forma como caminham pela superfície do planeta. Uma mãe de 40 anos, hoje, equivale a uma de 28 da geração passada.
Uma mulher no mercado de trabalho é uma mulher atenta às aparências. À sua aparência. Ela se besunta com cremes de US$ 150, ela faz pilates, cada pequeno pedaço do corpo dessa mulher é tratado como se deve tratar... um filho. A infalível lei de compensações da Natureza tem suas vantagens.
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