sábado, 17 de março de 2012

Por que Dilma e Blatter vão salvar a Copa de 2014 nesta 6ª

Para o Brasil e para a Fifa, a hipótese de fiasco é impensável. E o pragmatismo e o poder da presidente e do cartola são a chave para fazer o Mundial deslanchar


Giancarlo Lepiani

Dilma Rousseff e Joseph Blatter no sorteio das Eliminatórias para a Copa, em 2011, no Rio de Janeiro (Oliver Lang/AP)

Por trás das cobranças mal-educadas de Jérôme Valcke e da pressão para que o Brasil aprove a Lei Geral da Copa nos termos desejados pela Fifa está justamente a convicção de que a Copa não pode fracassar de jeito nenhum

A Copa do Mundo no Brasil deve começar para valer na manhã desta sexta-feira, no Palácio do Planalto. O encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Fifa, Joseph Blatter (acompanhados de Pelé, do ministro Aldo Rebelo e do presidente da CBF, José Maria Marin) pode representar o começo do fim das trapalhadas que marcaram os primeiros cinco anos de preparativos para o Mundial de 2014. Dois dos maiores obstáculos para a resolução dos problemas já ficaram pelo caminho.

O primeiro, o ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, desprovido da habilidade política necessária para lidar com um assunto tão complexo, perdeu o cargo em decorrência da revelação, por VEJA, de seu envolvimento em um esquema de corrupção.

O outro, Ricardo Teixeira, que Dilma e Blatter não queriam ver nem pintado de ouro, renunciou à presidência da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, também por suspeita de corrupção.

Nos últimos meses, em função dos atritos provocados pela atuação desastrada de Orlando Silva e Teixeira nos bastidores, Dilma e Blatter custaram a se entender. Agora, porém, é diferente: faltam apenas dois anos para a Copa, e tanto o governo como a Fifa sabem que é hora de evitar uma catástrofe.

Para sorte de ambos, tanto Dilma como Blatter têm o que é preciso para deslanchar os preparativos para 2014 - o poder necessário para tomar decisões, o pragmatismo para executá-las e a consciência de que um fiasco na Copa teria consequências mais graves do que se pode imaginar.

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