sábado, 12 de novembro de 2011


Jaime Cimenti

Nossa República é guria, com seus 122 anos.

Nossa história tropical é jovem, só tem 511 aninhos. Então, calma gente, tipo assim, enfim, vamos com calma, na manha do ganso, pois 511 anos é pouco. Não vamos nos estressar e nos cobrar tanto, tão rápido, mas também nada de ficar parado, achando que o maná vai cair do céu. A pressa sempre foi inimiga da refeição. A vida é breve, a arte é longa, todo mundo sabe, há milênios, desde os vovôs dos gregos.

Ainda não temos grandes fatos históricos ou personagens mais definitivos e a altura dos nossos oito milhões e meio de quilômetros quadrados para comemorar. E daí? Qual o problema? Alguém tem, realmente, pressa?

Bom, tá bem, fato histórico legal foi a vitória do povo contra a inflação, via Plano Real. Leia o livro da Miriam Leitão, se não leu ainda, e lembre nossa maior saga, comemore, ao menos enquanto dona inflação não volta. Tomara que não, né? Fato histórico importante mesmo aconteceu na República Livre de Ipanema-Copacabana.

Óbvio que estou falando da bossa nova, do Tom Jobim, do Vinicius, do João Gilberto e daquela pá de gente que revelou um Brasil elegante, jazzístico, poético, competente e com reconhecimento universal. Sim, sei, anos JK também criaram Brasília, montes de dívidas, problemas e polêmicas para sempre. Fazer o quê?

Agora, tem de administrar. A coisa tá aí, não tem volta. Tem de controlar os malandros. Tá demais. Melhor dividir melhor a grana, o poder, antes que seja tarde. Especialmente dividir a grana gigante do futebol, que vem do povo e deve voltar para ele, ao menos em parte, em forma de hospitais, escolas etc.

Para que tanta moleza para a Fifa? Investimentos públicos, lucros privados? Que lance é esse, que jogada é essa? Pois é, no Dia da República, vamos pensar em uma nação e não simplesmente em um país de consumidores.

Vamos pensar que precisamos ir adiante, envelhecer com dignidade, pensando com mais cuidado na coisa pública. Melhor deixar de lado a ideia que não temos jeito, que vai ser sempre assim, com aquele bando terrível sempre de dono do campinho, botando a mão forever na bufunfa.

As coisas têm de mudar. Chega! Basta! Outro Brasil é possível. É sim! Não vem que não tem. E nem precisa ser tão caro como alguns querem cobrar!

Todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido, já dizia o dr. Sobral Pinto no comício das Diretas Já citando o artigo primeiro da Constituição Federal. Mais não precisa ser dito. Que se cumpram as leis, as boas. Feliz República! Feliz Brasil! Vamos adiante!

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