quarta-feira, 16 de novembro de 2011



16 de novembro de 2011 | N° 16888
VITÓRIA DE UMA FAMÍLIA


Final feliz para os San Martin

Depois de 27 dias, gestante que percorreu 530 km em busca de leito e gêmeos nascidos em meio a drama receberão alta hoje

Guilherme se debatia e reclamava enquanto a mãe o amamentava. Tem sido assim desde que ele e Gustavo, o mais calmo dos irmãos, saíram da UTI neonatal e foram levados ao quarto de Elisiane dos Santos San Martin, 34 anos.

Os dois são símbolos do drama de uma família que venceu a burocracia e as deficiências do Sistema Único de Saúde (SUS) e agora se prepara para deixar o Hospital Municipal de Novo Hamburgo. Foram 530 quilômetros e 27 dias até a alta hospitalar, programada para hoje.

Na tarde de ontem, a equipe de ZH pode conversar pela primeira vez com a família, completa. O sorriso de Elisiane confirmava que, embora a história ainda não tenha chegado ao fim, o capítulo das lágrimas foi encerrado.

Com o pai dos bebês, Alex Caetano Naparo, 33 anos, ela ainda deve ficar os próximos 10 dias em Novo Hamburgo. Os médicos querem acompanhar a evolução dos bebês. Depois, o destino será Santa Vitória do Palmar, onde o drama da família começou e onde Alex também deve ficar cerca de 15 dias antes de voltar ao trabalho, em Florianópolis (SC), onde o casal reside.

A história do casal comoveu o Estado a partir do dia 23 de outubro. Nesse dia já se passavam 48 horas desde o rompimento da bolsa de Elisiane, e a família ainda não havia conseguido leito para os gêmeos, prematuros, em uma UTI Neonatal. Foram dois dias de procura por leitos em todo o Estado até que conseguiram vagas em Novo Hamburgo, a 530 quilômetros de Santa Vitória do Palmar, onde a mãe de Elisiane reside.

O que parecia um alento, porém, teve momentos de muitas incertezas. O primeiro boletim médico chegou a prenunciar o pior: não se tinha a certeza de que ela iria reagir a infecção que lhe acometeu. O quadro era gravíssimo, tanto da mãe quanto dos bebês. Elisiane corria risco de vida.

– Espero que outras mães não tenham que passar por tudo que eu passei. Muitos se perguntam que planeta deixaremos para os nosso filhos, mas eu questiono, será que vamos deixar filhos para esse planeta? Graças a Deus tivemos um final feliz, mas existem tantos outros que perdemos ao longo do caminho – ressalta.

alisson.coelho@zerohora.com.br

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