sexta-feira, 18 de novembro de 2011



Ele tinha dois amores e um deles o matou

O escritor inglês Jeffrey Archer desde seu primeiro livro tem liderado as listas de autores mais vendidos no mundo. Suas obras já ultrapassaram os 135 milhões de exemplares vendidos.

O crime compensa, Falsa impressão, Filhos da sorte, Doze pistas falsas, O gato escaldado tem nove vidas, O Evangelho segundo Judas e O Quarto Poder, entre outros best-sellers, foram publicados no Brasil pela Bertrand Brasil, que acaba de lançar As Trilhas da Glória, mais um romance que o coloca como um dos grandes narradores da atualidade.

Seu poder narrativo tem sido considerado como efervescente, inventivo, agradável e dinâmico. Algumas pessoas têm sonhos tão extraordinários que, quando conseguem realizá-los, ganham lugar na história. Francis Drake, Neil Armstrong, Charles Lindbergh e outros estão nesse caso. A narrativa de Archer envolve a trajetória de George Mallory, montanhista britânico que desde criança exibia grande talento.

Ele subiu as maiores montanhas da Grã-Bretanha e depois subiu o Mont Véland e o Mont Blanc, ganhando fama na Europa toda. Mallory queria ser o primeiro homem a alcançar o topo do Monte Everest. Perguntaram por que ele queria subir. Respondeu apenas: por que o monte está lá. Sua esposa era contra a aventura.

Ele prometeu a ela que seria apenas uma tentativa, conseguindo ou não. Como ela suspeitava, a promessa não foi cumprida. George, juntamente com outro alpinista, em 1924, partiu rumo a seu objetivo. Não retornou. O corpo foi encontrado, congelado, em 1999, a oito mil metros, na face norte do Everest.

Não há fotos que comprovem a empreitada e muitos questionam se ele morreu tentando chegar ao topo ou se voltava para o acampamento. Segundo o Livro dos Recordes, Sir Edmund Hillary foi o primeiro a chegar ao cume do Everest, em 1953. Será essa a verdade? Onde estaria a prova da concretização ou não do sonho de Mallory?

A narrativa romanceada de Archer dá conta da obsessão e da determinação de um homem para alcançar o sonho de sua vida e também mostra uma grande história de amor. Ruth, a esposa de Mallory, deu apoio incondicional à aventura, mesmo temendo tornar-se uma viúva solitária.

Mas não se engane o leitor, somente após o final da leitura se poderá decidir se George Mallory merece mesmo lugar ao lado de ilustres personagens da História. Jeffrey Archer mostra que, mesmo aos 71 anos, está em plena forma.

Bertrand Brasil, 462 páginas, R$ 49,00, tradução de Paulo Afonso, mdireto@record.com.br.

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