sexta-feira, 18 de novembro de 2011



18 de novembro de 2011 | N° 16890
PAULO SANT’ANA


À mercê das garagens

A todos que, dentro e fora da RBS, por rádio, jornal e televisão, ontem me homenagearam por meus 40 anos na empresa, eu só posso dizer muitíssimo obrigado.

Vocês realizaram o maior dia da minha vida.

O maior e único sonho que me restou em 2011, com vistas a 2012, pode ser realizado: dois Gre-Nais na Copa Sul-Americana.

Sobre isso de o Kleber ser considerado um jogador disciplinarmente inconveniente, quero dizer que esta marca e fama também tinha Renato Portaluppi, que acabou sendo o jogador mais valioso da história do Grêmio.

Dá-lhe, Pelaipe! Dá-lhe, Odone!

Nós, motoristas e proprietários de carros no RS, que já tivemos que lutar no passado contra um terrível cartel de postos de gasolina, tanto que esta coluna alguns anos atrás se tornou ineditamente balizadora dos preços de combustíveis na Grande Porto Alegre, agora estamos à mercê de outro cartel: o das garagens.

Estão fazendo o que bem querem conosco os donos de algumas garagens. Elevaram seus preços às nuvens, houve alguns até que cobravam de 90% de seus clientes preços entre R$ 10 e R$ 13 que vieram agora com uma novidade sinistra: preço único de R$ 20.

Pensam que nós somos bobos.

Se os professores estaduais gaúchos desconfiam que decretarão uma greve antipática à opinião pública, como ontem foi demonstrado pela voz popular no programa Polêmica, se os professores desconfiarem que vão deflagrar uma greve intempestiva, agressiva ao interesse dos alunos e de seus pais, melhor que não façam greve.

Uma greve só pode ser decretada quando cessarem todos os outros recursos dialéticos e não num final de ano letivo e sem a convicção da nobre e sacrificada classe dos educadores gaúchos.

Outra coisa: a promessa eleitoral do governador Tarso Genro foi a de que pagaria o piso nacional do magistério, mas jamais disse que o pagaria em apenas um ano, como afirma erradamente o Cpers.

Tarso vai acabar pagando aos poucos e inteiramente o piso, não vai o Cpers estragar esse compromisso do governador, tirando da cartola essa greve inoportuna.

Mirem-se os professores no exemplo dos delegados de polícia: apesar de toda a opinião pública ser favorável a que pelo menos se diminua a absurda distância salarial entre os procuradores e os delegados, estes últimos veem seus direitos serem negados pelo governo e não ameaçam com greve, vão levando avante as negociações e acreditam no diálogo.

Os repórteres, os redatores, os editores, os fotógrafos, os colunistas, os produtores, os apresentadores de rádio e televisão da RBS, que não têm limite de horário para realizar seu trabalho, principalmente os que trabalham à noite, conhecem muito bem o que escreveu o cantor Charles Aznavour sobre sua boemia em Paris e fazem coro, sob certo aspecto, ao que ele disse em La Bohème: às vezes sem comer, sempre sem dormir.

Jornalista e policial não podem ter horas extras. E se houverem de ter, então é como no samba célebre: “Se o Brás é tesoureiro, a gente ajeita no final”.

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