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sábado, 12 de novembro de 2011
12 de novembro de 2011 | N° 16884
DAVID COIMBRA
Eu te amo
Você sabe: o futuro ex-ministro do trabalho, o tal Carlos Lupi, disse “eu te amo” para a presidente da República. Não disse olhando nos olhos dela, pelo menos que se saiba. Disse de público, em entrevista, para jornal, rádio, TV, internet.
Bem. Antes de ir em frente, quero deixar claro que sou um homem que acredita no amor. Logo, não descarto a possibilidade de Lupi ter se enamorado de Dilma. O Cupido pode tê-lo flechado em meio a uma reunião ministerial em que seus olhares se cruzaram, uma cerimônia qualquer no Palácio do Planalto em que ele admirou o vestido vermelho dela, sei lá, são tão enviesados os caminhos da paixão...
Porém, ah, porém, os atilados repórteres de Brasília jamais identificaram indícios de algum sentimento mais profundo entre os dois. Há quem diga que eles não são nem amigos.
Se é assim, talvez, e digo apenas talvez, não quero que seja certo, pois, repito, acredito no amor, mas talvez a declaração de Lupi não seja de apreço aos encantos feminis da presidenta, e sim ao seu bem remunerado emprego.
Quer dizer: Lupi jura amar Dilma para tentar despertar-lhe o amor. Ele anseia ser amado, mesmo que não ame. E, sendo tão simplório, acabou sendo profundo. Porque o quase demitido ministro revelou a essência das relações entre os sexos. Lupi olha para a presidenta e, ainda que ela seja sisuda, ainda que fale grosso, ainda que volta e meia ela descomponha um auxiliar, ainda assim ele vê uma mulher. E, ao ver uma mulher, em vez de ver a chefe, Lupi tenta seduzi-la balbuciando o que uma mulher mais gosta de ouvir:
– Eu te amo.
Suponho que Lupi deve ter dito eu te amo para várias mulheres, em sua vida. Suponho que algumas acreditaram. Se não tivessem acreditado, ele não tentaria repetir o truque agora, sobretudo desta forma tão... franca.
Sim, Lupi já seduziu mulheres...
Olhe para ele. Não se pode dizer que seja um belo exemplar do gênero masculino. No entanto, mulheres se entregaram a ele. Mulheres o amaram. Por quê? Porque ele disse:
– Eu te amo.
Se Lupi fosse mulher, não diria eu te amo. Uma mulher experiente nas lides do amor sabe que o que um homem mais gosta de ouvir não é uma declaração sentimental. É uma declaração carnal. Então, se Lupi fosse Lupa, ela não sairia por aí dizendo eu te amo para os homens que pretendesse seduzir. Diria:
– Você é uma máquina de fazer sexo. Você é um potro fogoso que leva qualquer mulher ao êxtase. Preciso de você para sentir prazer.
É isso que um homem quer ouvir. Ele quer ser um campeão das atividades interlençóis, ele quer ser um semideus da luxúria. Ele quer que ela seja escrava dele, sim, mas não por amor; por desejo.
Quem planeja despertar o amor do próximo, portanto, vale-se dessa arma: diz o que o próximo quer ouvir. O homem deseja, mas diz que ama; a mulher ama, mas diz que deseja; o jogador de futebol beija a camisa, mostra o escudo na comemoração do gol, jura que virou torcedor do clube no qual joga.
É assim que é.
Não devemos acreditar em tudo que ouvimos.
Torcedor: eles jogam por dinheiro. Dilma: esse ministro não te ama. Pode demiti-lo sem remorsos. Eu te amo
Kleber e Ronaldinho
São poucos, quase nenhum, os pontos de contato entre o Caso Ronaldinho e o Caso Kleber. Em primeiro lugar devido ao que Ronaldinho significa (ou significava) para a torcida do Grêmio. Sua volta no começo deste ano seria a volta do filho pródigo, e um filho pródigo arrependido, amoroso, renovado.
Só essa já é uma diferença do tamanho do Oceano Atlântico. Mas há mais. O comportamento de Ronaldinho também foi diferente do comportamento de Kleber. Se é verdade que Kleber está forçando o chamado “leilão”, também é verdade que ele está jogando aberto, não está negociando à socapa com outros clubes, como fez Ronaldinho.
A similaridade dos dois casos está na ingenuidade da direção do Grêmio. Se Pelaipe estava na Argentina, Odone deveria ter conversado com Kleber quando o jogador veio a Porto Alegre. Um negócio deste montante só pode ser fechado pelo presidente ou pelo diretor de futebol, que são as autoridades máximas do clube.
O tempo em que se vive
O Grêmio, se não vive no passado, como no caso do Ronaldinho, vive no futuro, pensando na Arena. E a torcida sofre no presente.
Quem sabe
Com Fernando Carvalho o Inter aprendeu. Sua direção tem dado repetidas lições sobre como lidar com clubes coirmãos em contratações. O Inter é agressivo, veloz e certeiro. Tirou Oscar e Ilsinho do São Paulo, o zagueiro Dalton do Fluminense e Gilberto do Corinthians. Com Nilmar, o sucesso foi triplo.
O Inter vendeu o jogador, depois tirou-o do Corinthians. Mais tarde, conseguiu na Justiça um milhão do Corinthians como indenização e, finalmente, vendeu o atacante pela segunda vez. Giuliano era pretendido por diversos clubes, entre eles o Flamengo. Foi parar no Inter.
Fernando Carvalho sabe como fazer.
david.coimbra@zerohora.com.br
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