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terça-feira, 1 de novembro de 2011
01 de novembro de 2011 | N° 16873
LIBERATO VIEIRA DA CUNHA
A melhor herança
A Fundação Itaú Social lançou uma campanha publicitária cujo mote é: “Leia para uma criança”. E complementa: o gostar de ler é o início de uma história cheia de descobertas e aprendizagens na vida. E tudo começa quando você abre um livro para ela.
Não poderia haver iniciativa melhor. Lembro que minha mãe sentava ao lado de minha cama de menino e me abria o universo dos grandes contos infantis, e que eu a ouvia encantado, até que o sono chegasse, povoado de príncipes, rainhas, cavaleiros, damas e mais um milhão de personagens que me povoavam o sonho.
Muitos anos depois, estando em Berlim, ouvi de meu amigo Carlos Azevedo, professor de literatura portuguesa e brasileira na Universidade Livre, que ele tinha um compromisso sagrado todas as noites: ler para os filhos livros que contavam histórias simples e belas. Eles não adormeciam sem escutá-las, quer fosse uma noite de verão, quer lá fora caísse mansamente a neve.
Há pouquíssimos anos estive em Mainz (para os portugueses, Mogúncia) e participei de uma cerimônia que celebrava justamente a leitura dos pais para os filhos, organizada por uma instituição que era dirigida por ninguém menos que o presidente da República.
Nada era solene. No pavilhão ao lado do jardim serviam-se acepipes cordon bleu, acompanhados por vinhos, champanhes, uísques, nada que diferenciasse a ocasião de uma festa, patrocinada pela autoridade maior do país.
“A leitura é uma amizade”, dizia Proust. Ao que acrescento que é mais do que isso. É um vínculo profundo entre os seres humanos. Tenho nesta sala onde escrevo dezenas de fotografias de família. Numa delas se vê minha mãe lendo para seus filhos histórias infantis.
Cresci assim, numa casa onde todos liam, ou ao menos acompanhavam em discos long play histórias para crianças. Não havia distração maior do que escutá-las, nem alegria melhor do que comentar os textos lidos ou ouvidos.
Está aí uma nova Feira. Estive presente na primeira delas, de que meu pai foi o orador. Não se limitou a apresentar-nos as barracas, que eram então raras e humildes.
Comprou, para cada um de seus filhos, livros que recebemos encantados.
Poucas heranças são maiores do que essa.
liberato.vieira@zerohora.com.br
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