sexta-feira, 22 de abril de 2011


Jaime Cimenti

Parque Farroupilha - Redenção: Rio Grande do Sul ontem, hoje e amanhã

Mesmo nos finais de tarde dos dias chuvosos de inverno e nas noites de agosto, a Redenção é tudo. Manhãs e tardes ensolaradas de domingo são o horário nobre dos 37 hectares que sintetizam e concentram muito do passado, do presente e do futuro do Rio Grande do Sul.

Nossas memórias infantis, reais e inventadas, nossos sonhos universitários de juventude e nossos desejos adultos futuros estão nas aleias do parque, nos gramados, estão espelhados nas águas e voando livres pelos espaços. Parque Farroupilha - Redenção História de Porto Alegre, de Gunter Axt e Moacyr Scliar, com textos de Luiz Antônio de Assis Brasil, Sergius Gonzaga e ensaios fotográficos de Adriana Donato, Dulce Helfer, Eurico Salis, Flávio Wild, Luiz Eduardo Achutti e Pedro Longhi, é obra que nasce referencial.

A qualidade dos textos e das fotografias, antigas e novas, mais a linha do tempo e a bibliografia consultada, dão aos leitores uma visão dos 240 anos dos Campos da Várzea, hoje Parque Farroupilha, em homenagem aos heróis farrapos. O volume tem textos de apresentação de Roque Jacoby e da Souza Cruz, empresa patrocinadora do projeto do livro, juntamente com a Gerdau e o Banrisul.

Obra que foi realizada através da Lei de Incentivo à Cultura e do Ministério da Cultura. O volume conseguiu trazer rigor histórico sem excesso de dados e citações e, ao mesmo tempo, transmite muita emoção por trazer realidades e imaginações de nossos tempos e fotos inesquecíveis.

Mais do que tudo isso, que é muito, o livro nos anima a tratar com mais carinho e atenção a Redenção, um espaço como pouquíssimos no Estado. Sergius Gonzaga escreveu que Moacyr Scliar e Gunter Axt recuperam um tempo perdido, um passado refulgente e também examinam o aqui e agora da Redenção que continua aberta, com sua fantástica oferta de beleza, à fabricação de novas lembranças. Assis Brasil escreveu que no inverno a Redenção se transforma no nosso Jardim de Luxemburgo.

É isso. Não tenha apenas saudade da Redenção, como nos versos de Deu pra ti, vá lá sempre que puder. Leia o livro, aproveite os espaços amplos, a sensação de liberdade, o sol e o aconchego das sombras e faça o que puder para que o parque fique ainda melhor. Editora Paiol, 152 páginas, telefone (51) 3221-2310.

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