Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
20 de abril de 2011 | N° 16676
PAULO SANT’ANA
Chato e megalomaníaco
Eu ando tão morbidamente megalomaníaco, que, quando estou conversando com um amigo, se o assunto dele não for somente sobre mim, torno-me aborrecente para ele.
E de outra parte me torno aborrecente para todos quando estou com a palavra em uma roda e só falo em mim.
O megalomaníaco é assim: tudo gira em torno dele, não há nada no mundo que não lhe pertença, ele afinal é o mundo.
Quando um megalomaníaco ouve um locutor de televisão anunciar “as notícias do mundo”, ele se prepara na poltrona: “Oba, vão começar a falar em mim”.
O megalomaníaco é como o chato: não há nada mais detestável para um megalomaníaco do que haver um outro megalomaníaco integrando a roda de conversa.
O chato é idêntico: se algo há que consiga irritar um chato, é outro chato presente na roda.
Pela simples razão do princípio da física que afirma não poderem dois corpos ocupar o mesmo espaço.
Ah, os estranhos caminhos percorridos pelo amor. O ator gaúcho Paulo César Pereio apanhava muito de sua mulher.
Ela lhe desferia bofetadas, socos, tapas. Um dia, quando ela deu-lhe um pontapé na genitália, ele gritava de dor e implorava à ciumenta mulher: “Me ama menos!”.
Descobri esta semana por que gosto de suco de tomate: porque é o único suco de fruta em que posso botar pimenta.
Vão dizer que não sabem que tomate é fruta?
Descobri um fato fenomenal que se dá comigo: é tanto mais delicioso o cigarro que fumo quanto mais rigorosamente for proibido fumar no lugar em que estou fumando.
E concluí que um dia ainda vou fumar um cigarro dentro de uma igreja.
Alguém me disse ontem, agora que estou usando bengala, que terei de comprar outra bengala. É certo que perderei esta que uso.
Vou comprar a segunda bengala. Ou vou pedir uma de presente para o Roque Missioneiro Cavalcânti, que tem coleção dessas próteses.
Mas é verdade, nunca se deve ter só uma bengala, só um isqueiro, só um lenço, só um pente, só uma mulher, uma só coisa.
É certo que se vai perdê-la.
Tirei ontem os pontos da cirurgia radical a que me submeti e cuja incisão foi da orelha, descendo pelo pescoço, até debaixo do queixo.
Tirei os pontos.
Mas não entreguei os pontos.
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