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sexta-feira, 8 de abril de 2011
08 de abril de 2011 | N° 16664
PAULO SANT’ANA
Atenda ao celular!
A importância do telefone celular.
Não existe nada mais irritante e contraproducente do que não atenderem às chamadas do celular.
Vamos pegar duas atividades que salvam e protegem a vida das pessoas: os médicos e os profissionais que consertam elevadores.
Tanto um quanto o outro são decisivos para que as pessoas não morram.
Os médicos e os profissionais que consertam elevadores não podem, de maneira nenhuma, ficar com o telefone desligado ou desatento.
Alguns médicos alegam que desligam o telefone celular porque estão em meio às consultas.
Antes da invenção do telefone celular, então, sim, os médicos não podiam ser interrompidos nas consultas.
Mas acontece que o telefone celular foi inventado exatamente para interromper as consultas dos médicos.
Eu sei que, se o médico for atender ao celular, ele vai dar preferência a quem ligou, em desfavor do cliente que marcou consulta, o que é injusto.
Mas o médico pode muito bem atender ao celular e, desculpando-se por não poder prolongar-se no telefone, marcar um horário para a pessoa telefonar para ele depois de desincumbir-se das consultas.
Mas não é só médico e consertador de elevador. Qualquer profissional que despreze o celular terá inevitáveis prejuízos em sua atividade.
Um executivo de empresa que não atende ao celular ou está a ele desatento, em breve será demitido, pois não está cumprindo exigência intrínseca à sua posição.
Além de se prejudicarem pessoalmente, os que não atendem ao celular têm outra desvantagem: os que ligam e não são atendidos no celular se irritam profundamente quando não atendidos. E quantos negócios ou outras providências são extintos ou prejudicados porque o celular não é atendido!
Eu sei que muita gente possui celular mas o odeia. Tenho um amigo que seleciona os chatos quando é chamado no celular. Se quem chamou é chato, meu amigo atende e diz: “Estou dirigindo no trânsito, tem um azulzinho aqui perto, me liga depois”. E não está dirigindo, está parado em outro lugar qualquer.
Não conheço pessoa mais odiada na cidade do que a secretária eletrônica com atendimento gravado: “Não posso atender no momento. Ligue mais tarde ou deixe seu recado”. Que raiva que dá!
Conheço médicos que têm respeito pelas pessoas que ligam para eles em seu celular, que, mesmo procedendo a uma cirurgia, deixam o aparelho para outro médico ou auxiliar que está na sala cirúrgica atender e passar-lhe depois o recado.
Isso é que é consciência profissional.
Quem não quer ser importunado por celular não pode ter celular.
Se tiver, vai ter de atender. Por dever e imperativo social.
Para não fazer os outros de bobos.
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