sábado, 9 de abril de 2011



09 de abril de 2011 | N° 16665
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


A literatura regionalista no Rio Grande do Sul – 1º Parte

Aliteratura regionalista no Rio Grande do Sul é aquela feita por autores eruditos sobre o gaúcho, seus usos e costumes. Pode ser em prosa ou verso.

Em prosa, é a literatura feita por contistas, romancistas, historiadores, folcloristas e cronistas. Primeiro, aparece o romance gauchesco, com José Antonio do Vale, que acrescentou ao seu nome “do Caldre Fião”, não se sabe o porquê. Ele escreveu A Divina Pastora (1847) e O Corsário (1851). Desse período (1852) é a primeira pesquisa de folclore no Rio Grande do Sul, a Coleção de Frases e Vocábulos Usados na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, publicada por Antonio Álvares Pereira, que acrescentou “Coruja” ao seu sobrenome, velho apelido de infância. Pereira Coruja também escreveu crônicas sobre usos e costumes de Porto Alegre, como também escreveu Apeles Porto Alegre.

Aliás, Apolinário Porto Alegre, o líder inconteste do movimento chamado Partenon Literário, fundado em 1868, também publicou crônicas, escreveu a novela O Vaqueano (publicação póstuma, 1927), a novela O Crioulo do Pastorejo (1875) e fez pesquisas de folclore. Caldre e Fião, já velho e fazendo parte do Partenon, publicou na revista do movimento a lenda do Passo da Areia. Na mesma revista, José Bernardino dos Santos, em 1869, publicou a primeira versão da lenda do Boitatá.

Surgem novos vocabularistas: Roque Calage, com seu Vocabulário Gaúcho (1926), Romaguera Correa, com seu Vocabulario Sul-rio-grandense (1898) e mais tarde Luiz Carlos de Morais, com, o também Vocabulario Sul Rio-grandense (1935).

Dois alemães que se aquerenciaram no Rio Grande do Sul e abrasi­lei­raram os seus nomes também escreveram sobre temas gaúchos no século passado: Carlos Jansen, autor de O Patuá (1879/80) e Carlos Koseritz, pioneiro na pesquisa de folclore gaúcho. Luiz Araujo Filho é autor de Recordações Gaúchas (1905), meio crônica, meio novela. João Cezimbra Jacques, natural de Santa Maria, faz pesquisas de folclore e escreve dois livros sobre usos e costumes, com fumaças de antropologia.

Como foi o fundador do Grêmio Gaúcho, em 1898, em Porto Alegre, hoje é o Patrono do Movimento Tradicionalista Gaúcho. São de sua autoria Ensaio sobre os costumes do Rio Grande do Sul (1883) e o famoso Assumptos do Rio Grande do Sul (1912). Continua...

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