segunda-feira, 25 de abril de 2011


José Paulo da Rosa*

25 de abril de 2011 | N° 16681
ARTIGOS


Coreia do Sul: educação e sagu

A Coreia do Sul obteve destaque mundial pelos bons resultados que seus alunos têm alcançado em provas internacionais de conhecimento. O desenvolvimento econômico do país decorre da qualidade de sua educação. Nosso governador programa viagem à Coreia para conhecer essa realidade. Estive em Seul em novembro de 2009. Como parte de uma pesquisa para um doutorado em Educação, visitei o Ministério da Educação da Coreia do Sul, além das quatro melhores escolas de Ensino Fundamental e Médio. Estava acompanhado de uma profissional daquele país, que fez o papel de intérprete português/coreano.

Essa intérprete esteve por um ano no Rio Grande do Sul, quando aprendeu a falar nosso idioma. Numa das refeições que tivemos, questionei qual a comida que ela mais gostou aqui do RS (imaginando que a resposta seria churrasco, ou feijão, ou carreteiro) e sua resposta foi: sagu! O bom e velho sagu de vinho.

A Coreia do Sul esteve sob o domínio do Japão de 1910 a 1945. Quando reassumiram o controle do país, os coreanos priorizaram a educação como fator de desenvolvimento. Todas as escolas são de turno integral. Os alunos ficam na escola cerca de nove horas por dia, em estruturas que permitem práticas esportivas, atividades artísticas, aulas de ciências e ações complementares à educação formal.

Os professores são valorizados, sendo que os melhores profissionais estão na educação básica, inclusive com incentivos e melhor remuneração para esse nível de ensino. As escolas públicas são geridas por um Conselho Escolar, composto por pais de alunos e pessoas da comunidade sem vínculo partidário.

Esse Conselho é responsável pela indicação do diretor e, pasmem, avalia o desempenho da escola, podendo substituir o diretor se for necessário. O grande sonho dos jovens da Coreia do Sul é serem campeões nacionais de matemática. O vencedor dessa competição é um herói nacional. A família está presente no dia a dia das instituições de ensino. Ou seja, existe uma cultura nacional que valoriza a educação.

Pesquisa Ibope encomendada pelo Grupo RBS apontou que a maior demanda dos gaúchos é educação. A receita do sagu é simples. Se você não sabe, pergunte para sua mãe, para sua tia, para sua avó, certamente elas saberão. O RS já foi exemplo de modelo educacional para o Brasil. Para voltar a esse status, quem sabe o governador negocia nossa expertise em sagu pelo excelente modelo educacional coreano.

*Diretor regional do Senac-RS

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