Entrelacos

"E por Falar em Amor, Onde Anda Você?" foi o enredo defendido pela Portela em suas 39 alas e sete alegorias

Em desfile, Portela mostra novos e antigos símbolos do amor
FELIPE MAIA da Folha Online

A Portela foi buscar símbolos históricos do amor em livros, lendas e no cinema para a disputa do Carnaval do Rio deste ano --a ideia era mostrar a importância desse sentimento para o ser humano no decorrer da história. A escola, a quarta a desfilar na Sapucaí na noite desta terça-feira, começou a apresentação por volta da 1h50 e a terminou às 3h10.

A agremiação levou para a avenida 4.300 integrantes, divididos em 39 alas e sete alegorias. No ano passado, a Portela terminou o Carnaval na quarta posição.

Ayrton Vignola/Folha Imagem

Na Sapucaí, Portela destacou relação de lealdade entre o rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda; veja mais imagens do desfile

A escola quis mostrar diversos "tipos" de amor, como entre namorados, familiares e amigos. A comissão de frente, por exemplo, representava a relação de coragem e lealdade existente entre o rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda.

Depois, o carro abre-alas trazia a tradicional águia que é símbolo da escola, porém na cor dourada, acoplada a figuras que remetem ao filme "O Feitiço de Áquila", estrelado por Michelle Pfeiffer, sobre um casal de amantes que é alvo de uma maldição para nunca mais se encontrar.

Também foram representados os amores de "Tristão e Isolda", matriz das narrativas do amor romântico, e Romeu e Julieta.

Caminho das Índias

No segundo carro, a Portela mostrou a história do palácio indiano do Taj Mahal, construído em Agra pelo imperador mongol Shah Jahan, em memória de sua esposa favorita, Mumtaz Mahal, que morreu em 1631 ao dar à luz seu 14º filho.

Depois, a escola levou à avenida um carro sobre os africanos que vieram para o Brasil, deixando naquele continente os seus entes queridos. Na alegoria Vozes do Brasil, que teve a participação da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, a Portela lembrou do amor dos brasileiros pela pátria. A dupla ganhou notoriedade com a canção "É o Amor".

Em um dos carros, a agremiação fez uma crítica à família moderna, que tem dificuldades de comunicação, apesar de os novos aparatos tecnológicos, como internet e celular, terem o potencial de melhorar essa interação. Uma das alas se chamava Plugado no iPhone, em referência ao celular inteligente da Apple. Bonecos de costas uns para os outros demonstravam essa distância entre os familiares.

O desfile da Portela marcou a volta da modelo Luma de Oliveira como rainha de bateria, após três anos de ausência do Carnaval do Rio --a última vez que ela ocupou o posto foi em 2005, pela Caprichosos de Pilares. Ela desfilou com uma fantasia estilizada de Chica da Silva, usando um espartilho.

Segundo a Prefeitura do Rio, ao chegar à dispersão o carro abre-alas teve um principio de incêndio. O problema foi resolvido rapidamente.

Grupo Especial

Antes da Portela desfilaram Porto da Pedra, Salgueiro e Imperatriz Leopoldinense. Nesta segunda noite de desfiles do Grupo Especial também se apresentam Mangueira e Viradouro.

Na primeira noite desfilaram Império Serrano, Grande Rio, Vila Isabel, Mocidade Independente, Beija-Flor e Unidos da Tijuca.