Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
CLÓVIS ROSSI
Embaraço, nosso e deles
SÃO PAULO - Três ou quatro coisas que ainda é preciso dizer sobre o caso da brasileira Paula Oliveira, atacada ou automutilada nas imediações de Zurique:
1 - Se aceitei, precipitadamente, a versão dela sobre a agressão foi por absoluta falta de razões para duvidar. Afinal, ela não é clandestina nem tem ficha policial nem antecedentes comprometedores. Para que inventaria a história?
2 - Mesmo que tenha se automutilado, não há razões para, ao contrário do que diz certa mídia suíça, o país ficar ofendido pelas críticas à xenofobia. O Partido do Povo Suíço e seu líder, Christoph Blocher, são um embaraço para boa parte do establishment político local, exatamente pela xenofobia.
Blocher é da mesmíssima família política de outros líderes da extrema-direita, como o francês Jean-Marie Le Pen e o austríaco Jörg Haider, recentemente morto, para não falar da Liga Norte italiana.
O embaraço é tamanho que a União Europeia chegou a impor sanções à Áustria quando o partido de Haider entrou para a coalizão governante. Portanto, a hipótese de um atentado racista era verossímil. Nem seria o primeiro, aliás.
3 - Mas, se a versão da polícia for a verdadeira, só vai reforçar a desconfiança com que os brasileiros são vistos em parte da opinião pública europeia. Por mais que a maioria se mate de trabalhar, clandestinos ou não, os escândalos provocados por uma minoria de vigaristas contaminam todos, a ponto de ter ouvido, uma vez, de uma brasileira residente em Portugal, que todas as brasileiras são tratadas como prostitutas.
4 - Presidente da República e chanceler não deveriam tratar publicamente de assuntos policiais, menos ainda antes de ter todas as informações. Devem, sim, criar as condições para a proteção de brasileiros, em vez de comentar os episódios que os envolvam.
crossi@uol.com.br
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