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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
12 de fevereiro de 2009
N° 15877 - RICARDO SILVESTRIN
Aula de tango
Quem é o dono do tango? E do samba? E da poesia? As formas e os gêneros artísticos são de propriedade coletiva. Não são de ninguém e são de todo mundo. Fui ver Café dos Maestros. É um documentário sobre o tango.
Mostra como diversos artistas, ao longo do século 20, vão dando forma a essa música que, quando se escuta, entra pelas veias, passa pelo coração e toma conta da gente. É assim no filme. Ficamos tomados pelo capeta do tango.
No final, ninguém levantava enquanto não terminasse a última canção. Passavam os letreiros e ninguém saía. Os músicos, já velhinhos, reencontram-se para uma gravação e um apoteótico show no Teatro Colón, em Buenos Aires.
Toda a emoção do reencontro, a camaradagem de estar com quem se gosta e com quem se dividiu alguns dos melhores momentos da vida. A beleza de ver pessoas que foram e continuam desempenhando com grande talento o seu ofício. Tudo isso vai deixando a gente com a sensibilidade à flor da pele.
Mas outra narrativa vai se construindo junto com essa. É a ciência da arte tangueira. Como um mudou o jeito de tocar bandoneon, menos marcado e mais introspectivo. Como outro fez o piano dar um andamento diferente.
Os arranjos de um maestro que explorava como ninguém os silêncios repentinos. A interpretação de um cantor mais econômico, com menos potência de voz, contrastando com outro de voz mais agressiva. A dramaticidade de uma cantora que interpreta a letras quase como uma atriz.
Todas essas contribuições dos temperamentos e estilos individuais vão se somando e trazendo novos coloridos para o tango. A importância dos arranjadores é realçada.
É mostrado o trabalho de um músico que vem refazendo as partituras a partir da audição dos velhos discos para que os arranjos das orquestras não se percam. Um gênero musical refinado e, ao mesmo tempo, popular.
É para escutar comovido, mas também para dançar. Sensual e espiritual. Tem a mesma força sendo executado por uma orquestra inteira ou apenas por um solitário bandoneon.
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