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quarta-feira, 19 de setembro de 2007
A Ninfeta - 1º capítulo
A Ninfeta - 1º capítulo
*No primeiro dia do blog, o primeiro capítulo deste empolgante folhetim!
Ela tinha 16 anos.
Quando entrou no meu escritório, algo aconteceu no ambiente. Uma eletricidade diferente no ar, uma alteração de clima. A temperatura aumentou, tive vontade de afrouxar a gravata. Mas me contive. Não ficaria bem.
Ela vinha acompanhada da mãe. Sou advogado, a mãe dela queria fazer uma consulta qualquer. Não lembro o que era. Lembro é da menina. Ficou o tempo todo sentada ao lado da mãe, sem falar nada, sem fazer uma única pergunta ou comentário, apenas me olhando. Bastou aquilo para me deixar completamente atrapalhado.
Não sou nenhum tarado, é preciso deixar bem claro. Sou um homem sério, casado, pai de dois filhos que adoro. Também nunca fui chegado a ninfetas. Prefiro as mulheres mais maduras, mulheres com opinião, que sabem o que estão fazendo e não têm vergonha do que fazem. Mas aquela menina...
Um rostinho de propaganda de Nescau e um corpo de propaganda de cerveja. E as nadeguinhas. Precisava ver as nadeguinhas! Hmmm, empinadas, redondas, perfeitas, ai. E os pequenos seios! Coisa linda aqueles pequenos seios. Devo dizer que gosto de pequenos seios. Essa moda americana de peitões, francamente. Neste caso, sou um nacionalista.
Ela ficava me olhando daquele jeito. Aquele olhar não me enganava. Coquete, diria José de Alencar, e eu repito: coquete, era isso que ela era.
Mal ouvia o que a mãe dela dizia. A mulher falava e falava, eu via que os lábios dela se mexiam, distinguia certo ruído de palavras, mas não entendia lhufas.
Ao nos despedirmos, apertei a mão de uma e outra. A menina me enviou um sorriso suave e miou um tiau que me arrepiou todo. Só isso. Foi-se, deixando-me abobado atrás da escrivaninha, pensando que menina, que menina, que menina...
Achei que nunca mais teria notícias dela, mas uma semana depois a voz taquarenta da minha secretária anunciou pela linha interna:
— Suzi ao telefone.
— Suzi?
— Filha da Dona Ângela.
Tive dificuldades em disfarçar a excitação.
— Ah. Suzi.
— Aquela menina... — disse a secretária. Haveria alguma malícia naquelas reticências? Aquela maldita secretária vivia me dando indiretas. Pensei que deveria demiti-la, qualquer dia desses.
— Vou atender — falei, tentando aparentar dignidade.
Esperei que a secretária passasse a ligação. Passou. Aí aquela vozinha de rouxinol adolescente explicou que precisava entrevistar um advogado para um trabalho colegial. Será que eu poderia recebê-la? Não duraria mais de quinze minutos.
Tentei não parecer muito ansioso ao responder que claro que poderia recebê-la, imagina, seria um prazer. Marcamos para o dia seguinte.
Desliguei sentindo-me jovem, sentindo-me vivo, mas sentindo, também, algum medo. Não sabia como tinha motivos para sentir medo. Sim, sim, eu tinha motivos para sentir medo...
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