quarta-feira, 26 de setembro de 2007



26 de setembro de 2007
N° 15378 - Paulo Sant'ana


A representatividade

Continua bem ativo o apagão aéreo. Todos os dias, há atrasos nos vôos, quando não cancelamentos.

O vôo da BRA (?) que deveria ter saído no domingo do Galeão com destino ao Salgado Filho, foi cancelado.

Metade dos passageiros foi embarcada na segunda-feira, 24 horas depois. A outra metade só sairia ontem, 48 horas depois. Enquanto isso, os passageiros não embarcados ficaram nos hotéis, atrasando seus compromissos, crianças faltando a aulas etc.

Um avião que só traz seus passageiros 48 horas depois é um regresso bárbaro na civilização.

Como é que ainda não corrigiram isso?

Entre os vários colegas que me substituíram nesta coluna no fim de semana passado, esteve o Ricardo Chaves, que foi interino neste espaço na segunda-feira.

Olhem a mensagem que ele enviou para o Ricardo Stefanelli, editor-chefe de ZH: "Meu caro, apenas pra dizer: nesses 37 anos de profissão, já fiz muita coisa, como uma dúzia de fotos da capa de Veja e outro tanto da IstoÉ. Até na Newsweek já emplaquei uma foto de capa. Sem falar em tudo que já publiquei em ZH.

Mas acho que nunca ocupei um espaço tão nobre da imprensa como aconteceu hoje ao ter um texto meu publicado nessa mítica coluna da penúltima página de Zero Hora. Quero te agradecer por ter aberto espaço a este fotógrafo que ousa, vez por outra, perpetrar algumas linhas e dado abrigo (e voz) a essa minha velha bronca.

Como já disse alguém (só que sobre os gols de Pelé): Difícil não é fazer mil crônicas como o SantAna... Difícil é fazer uma crônica como o SantAna. Certamente não consegui. Certamente não consegui, mas estou muito honrado e feliz. (ass) Kadão".

Honrado e feliz fico eu, Kadão, vindo de ti isso. Está muito difícil para os eleitores saber como votam os três senadores gaúchos.

No caso da votação sobre Renan Calheiros, como era secreta, intui-se apenas que Pedro Simon (PMDB) votou pela cassação, pois tradicionalmente faz oposição ao governo Lula - e o que estava em jogo essencialmente era o interesse transparente do governo pela absolvição.

Já com Paulo Paim (PT) e Sérgio Zambiasi (PTB), o raciocínio dedutivo leva à conclusão contrária: como pertencem à base governista e votam obviamente com o governo nas votações abertas, não seria na votação secreta que iriam contrariar o governo.

A suposição lógica é que votaram os dois mais uma vez com o governo, pela absolvição de Renan Calheiros.

É que, como os senadores se dão o direito de impor votação secreta, os eleitores têm pelo menos o direito de supor como eles votaram. Supor diante dos antecedentes de conduta política.

Este colunista considerou decisivos para a absolvição de Renan Calheiros os votos dos senadores gaúchos.

Aí bateu a curiosidade de como votarão os três senadores gaúchos na decisão sobre a prorrogação da CPMF.

Tanto que a colunista Rosane de Oliveira indagou de Simon, Paim e Zambiasi como eles votarão a CPMF.

Os três arrazoaram e não deixaram claro como vão votar. Mas como? Com vários anos de vigência da CPMF ainda não sabem como vão votar? Não podia ser assim tão enigmática para os eleitores a posição de seus senadores diante de votações importantes.

Tinha de ser mais clara e precisa essa relação de representatividade.

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