quinta-feira, 27 de setembro de 2007



27 de setembro de 2007
N° 15379 - Paulo Sant'ana


Palavra de honra

Ontem foi a vez de os três senadores gaúchos responderem para esta coluna sobre a minha suposição de que dois deles votaram pela absolvição de Renan Calheiros.

Inicialmente me telefonou o senador Pedro Simon (PMDB), garantindo-me que desde a reforma da Previdência os três têm combinado os mesmos votos.

Simon deu-me sua palavra de que Paulo Paim (PT) e Sérgio Zambiasi (PTB) votaram pela cassação de Calheiros, estava junto deles em toda a sessão e sentiu epidermicamente a voltagem da vontade e intenção de ambos.

A seguir, o senador petista enviou-me uma mensagem de Brasília: "Prezado Paulo SantAna. Permita-me, contristado, discordar de sua coluna de hoje.

A imprensa gaúcha, inclusive Zero Hora, concedeu-me espaço para expressar a minha posição, onde tive a oportunidade de abrir o meu voto muito antes da sessão do dia 12 de setembro. Deixei claro para o Rio Grande saber que votaria pela perda de mandato do senador Renan. Posição que também foi registrada, com clareza, pelos veículos sediados em Brasília e no centro do país.

Na reunião da bancada de senadores petistas, fui o único que abriu o voto. A minha decisão de votar pela perda de mandato do presidente do Senado teve o apoio irrestrito do PT gaúcho.

Gostaria de lembrar que sou o autor da PEC 50/06 que acaba com o voto secreto no Congresso Nacional. Essa proposta já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, neste momento, está pronta para ser votada no plenário.

O fim do voto secreto vai dar transparência a esta casa e às ações dos parlamentares e, com total certeza, vai ser um importante instrumento da verdade para que fatos como o sugerido na sua coluna não se repitam mais. Um abraço, (ass.) senador Paulo Paim".

Finalmente, o e-mail do senador petebista: "Prezado Paulo SantAna. Sou daqueles leitores viciados na tua coluna e concordo com o Kadão: é difícil fazer crônica como o SantAna. Mas o importante mesmo é que o teu espaço, acima de tudo, prima pela democracia.

Ontem fomos surpreendidos por tuas intuições e deduções a respeito de nossos votos no processo contra Renan Calheiros, e no nosso caso só nos restam duas coisas: a nossa palavra, reproduzida por todos os veículos de comunicação do RS e o inestimável testemunho de nosso colega Pedro Simon, pois no momento de nosso voto pela cassação de Calheiros estávamos juntos.

Mesmo respeitando teus dons intuitivos, basta lembrar como votamos em 2003 na primeira PEC do voto aberto. Nós, os três senadores gaúchos, votamos sim, infelizmente fomos derrotados por muitos dos que hoje exigem, e têm nosso apoio, o fim imediato do voto secreto. Portanto, imagino que, por dedução de quem nos lê e por coerência de nossa parte, agora não poderia ser diferente.

O atual projeto do voto aberto foi apresentado em 2006 pelo senador Paulo Paim e o pedido de votação urgente do fim das sessões secretas foi de minha iniciativa ao recolher as assinaturas de todos os líderes partidários com assento no Senado.

Em relação à CPMF, mantenho o que disse à coluna da Rosane Oliveira. Defendo a destinação de um percentual para os programas de saúde da família, cujo custo mensal é de R$ 18 mil por equipe e para o qual o governo federal repassa apenas um terço do valor, e para os agentes comunitários de saúde, cujo custo mensal por equipe é de R$ 5 mil, enquanto o governo paga apenas R$ 2 mil.

Nos dois casos, a responsabilidade pelo custo final é das prefeituras.

Entendo que sua aprovação passa por um compromisso do governo de apressar a reforma tributária, o que necessariamente implicará o fim da CPMF. Um afetuoso abraço de seu admirador, (ass.) senador Sérgio Zambiasi".

Nenhum comentário: