Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
24 de setembro de 2007
N° 15376 - Luiz Antonio de Assis Brasil
Palavras (15)
O respirar - A inalação do ar significa uma nova oportunidade de viver, sempre desejada, sempre repetida.
Enquanto um homem não inspira, não tem certeza de estar vivo no próximo segundo.
Há uma breve morte entre o inspirar e o exalar.
Verbos - Quando alguém inspira, é possuído de uma ventura semelhante à do artista; por isso concedemos ao artista a faculdade de inspirar-se. O verbo latino "inspirare" possuía essas duas possibilidades semânticas: a de encher os pulmões de ar ou de inundar a alma do espírito criador.
Quem não é artista, ou é insensível à arte, é como se estivesse em permanente estado de expiração, morto para esta vida.
Romanos - Para os romanos antigos, o choro primordial do bebê, decorrente do primeiro hausto de ar, marcava o nascimento. A partir daí o bebê começava sua respiração, que apenas cessaria com a morte.
Os pulmões eram mais importantes que o coração, ao qual sempre atribuímos a fonte da vida. Eram os pulmões que permitiam a recitação harmoniosa da Ars Amatoria, de Ovídio.
Espelho - Foi tradição, até pouco tempo, aproximar um espelho às narinas da pessoa que se imaginasse morta. Se estivesse mesmo morta, o espelho não ficava embaciado: refletia, em sua limpidez de prata, o rosto que começava a imobilizar-se no rigor mortis.
O espelho, o instrumento sensual da vaidade e da vida, assim mudava sua natureza: transformava-se em árbitro da morte.
Foles - Os harmônios e os órgãos soam suas músicas porque há um fole que leva a corrente de ar pelos dutos. Através desses dutos, o ar atinge as palhetas ou os tubos. Dá-se a música.
A música representa a vida de um órgão ou de um harmônio. A música desses instrumentos depende da existência dos foles. Os foles são os pulmões desses instrumentos. Se um organista diz: "Minha vida é a música", ele diz algo muito maior do que possa imaginar.
Nossos pulmões também projetam o ar, ao dar vida à flauta, ao saxofone, à clarineta, ao oboé, ao fagote, às trompas, aos trombones, às tubas, aos flautins e toda esta família que depende de nossos pulmões.
Um músico de instrumento de sopro tem, assim, um respirar que vai além de sua breve existência, projetando-se nos recônditos da eternidade.
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