quinta-feira, 27 de setembro de 2007


Juremir Machado da Silva

INTER, CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2005

Não custa insistir. Nem repetir. Nunca o Brasil esteve tão atolado na imoralidade. Chegamos ao topo da podridão ou ao fundo do poço. A corrupção ultrapassou o seu terreno natural, a política, e atingiu o universo sagrado do futebol.

O ex-presidente do Corinthians Alberto Dualib confessou que o título brasileiro de 2005 é de fato e de direito do Internacional. Afirmou que o clube gaúcho foi roubado. Todo mundo sabia disso. Faltava o recibo. Tenho certeza de que a direção colorada não vai se intimidar desta vez. É hora de entrar na Justiça Comum.

Estou convencido de que o presidente colorado não vai se acovardar nem amarelar. Ficar em silêncio significará ser conivente. Não é porque o Corinthians é o time do coração da Rede Globo e do presidente da República que tudo ficará por isso mesmo. É hora de uma nova Revolução Farroupilha.

Às armas, cidadãos colorados, formem os seus batalhões! Que sirvam nossas façanhas de modelo a toda a Terra. Se não der, que sirvam, ao menos, de modelo aos paulistas. Temos, mais uma vez, como fizemos em 1932, de enquadrá-los na marra.

A torcida colorada deve manifestar-se durante os jogos. Pacificamente. Mas com determinação. É tempo de mobilização total. Sugiro que o Inter entre em greve se nada acontecer.

Que abandone o atual campeonato. Nada de temer a Fifa, essa organização terrorista e ditatorial que se imagina acima do direito internacional e da Justiça. No Brasil, pode-se trocar de religião e de mulher, mas não de clube de futebol. Prova de que só o futebol é realmente importante.

Somos capazes de aceitar tudo, de políticos ladrões a administradores incompetentes, mas não podemos admitir que o sacrossanto universo do futebol seja maculado com arranjos extracampo.

Na Itália, a poderosa Juventus foi rebaixada quando se envolveu num escândalo de compra de resultados. Na França, o Olympique de Marselha foi parar na quarta divisão por motivo semelhante.

O Brasil não pode ficar atrás. Imaginem se fosse o contrário, se um presidente do Internacional confessasse um favorecimento ilícito ao seu clube, ainda mais contra o poderoso Corinthians, o que aconteceria?

Digam-me o que aconteceria! O que estariam dizendo os jornalistas bairristas e tendenciosos de São Paulo? A situação é muito grave.

Imaginem os discursos do chatonildo Galvão Bueno, a figura mais patética da mídia brasileira, em defesa do 'timão'! Imaginem as diatribes do corintiano Juca Kfouri pregando moral na televisão! Certamente, Lulla pediria a José Dirceu para tomar providências jamais vistas neste país.

Haveria uma campanha nacional contra os gaúchos. Seríamos destratados, ofendidos e humilhados. Tudo isso mostra o quanto o Rio Grande conta pouco no cenário nacional. Podem nos roubar sem medo de punições. Estão rindo da nossa cara. Apostam que tudo vai terminar em pizza.

Onde estão os nossos deputados e senadores, que não se manifestam? Já nos sacrificam em tudo. Por exemplo, na retenção do dinheiro previsto pela chamada Lei Kandir. Agora, não bastasse isso, garfeiam o Rio Grande do Sul no futebol.

Tudo tem limites. O Inter precisa fazer alguma coisa. Já que greve de sexo não se aplica ao caso, sugiro greve de gols. Não seria difícil. Temos experiência. Vamos à luta. Tenho certeza de que o Grêmio não deixaria assim.

juremir@correiodopovo.com.br

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