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Dólar com mais pressões internas e externas
Em um ambiente marcado por mau humor do mercado financeiro diante de acenos do governo federal e tensões internacionais, o dólar fechou a semana com forte alta. A moeda americana encerrou a sexta-feira cotada a R$ 5,916 (avanço de 1,50% ante o dia anterior), atingindo o maior patamar em cerca de um mês.
Após queda na primeira metade do mês, o câmbio engatou viés de alta, com aceleração nesta semana. Em fevereiro, a moeda registrou crescimento de 1,35%. Na última semana, saltou 3,22%.
A maior guinada ocorreu na sexta-feira. A confirmação de que Gleisi Hoffmann vai assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula teve peso nesse movimento.
O mercado encara com desconfiança o reforço no "núcleo duro" do PT dentro da articulação política. Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Corretora, destaca um dos principais pontos desse temor em relação à mudança ministerial:
- Provavelmente, a reação é uma incerteza em relação à parte da negociação com o Congresso, com a entrada da Gleisi nesse papel. Acho que o mercado ainda vai tentar entender como vai ser a postura do governo com a mudança. Tem muitas coisas importantes para serem votadas ainda no Congresso.
A alta do câmbio no Brasil na sexta-feira também pegou novos ruídos no campo externo. Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodimir Zelensky, bateram boca durante encontro na Casa Branca. O mal-estar aumenta a tensão no campo das tentativas de encerramento do conflito no Leste Europeu.
Semana tumultuada
Diversos acontecimentos intensificaram os movimentos internos e externos que depreciaram o real ao longo dos últimos dias.
Mudança no saque do FGTS e alta do emprego acima do esperado também pressionaram o dólar diante de temor por inflação ainda mais persistente. No aspecto internacional, novas decisões no tarifaço do governo Trump exerceram esse peso. _
Teste na Capital
Especializada em tecnologia aplicada no mercado imobiliário, a Loft escolheu Porto Alegre para lançar novo recurso em sua plataforma: a intermediação de financiamentos da Caixa Econômica Federal dentro do programa Nano Digital. Antes, os clientes da companhia não conseguiam comparar, em uma única tela, taxas da Caixa e de bancos privados na plataforma da Loft.
Esse "ensaio" pega apenas alguns bairros de Porto Alegre. O serviço deve ser ofertado em todo o país até o final do ano. _
Confiança descendo a lomba
Dado do FGV Ibre, divulgado na sexta, reforça os indícios de desaceleração da economia ao longo dos próximos meses - já indicada em dados de emprego, inflação e juro.
O Índice de Confiança Empresarial, apurado pela instituição, caiu 0,3 ponto em fevereiro, chegando aos 94,7 pontos. Trata-se do menor nível desde maio de 2024.
Na avaliação do FGV Ibre, o dado evidencia o enfraquecimento do ambiente de negócios no início do ano, principalmente nos segmentos de serviços e comércio. _
Sinal de alerta nas contas em atraso
A mais nova edição da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (Peic-RS), da Fecomércio-RS, reforça sinais de aperto no orçamento da população, mas com dois movimentos distintos.
O percentual de famílias com dívidas em atraso até diminuiu novamente, passando de 32,2%, em janeiro, para 30% em fevereiro, em Porto Alegre.
No entanto, camadas do indicador mostram a persistência da inadimplência e a dificuldade enfrentada por parte das pessoas para honrar as contas em espaço curto de tempo.
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