terça-feira, 2 de setembro de 2025


02 de Setembro de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

Bolsonaro está pagando o preço das suas escolhas

Se em 2022 o então presidente Jair Bolsonaro tivesse acatado o resultado das urnas, hoje estaria livre para concorrer ao Planalto no ano que vem. Como não aceitou e tentou dar um golpe para continuar no poder, estará sentado no banco dos réus - mesmo que opte pelo sofá mais confortável de sua prisão domiciliar e decida assistir ao julgamento pela TV.

O julgamento que começa hoje é histórico. Bolsonaro sentará no banco dos réus na condição de inelegível. Perdeu o direito de concorrer quando foi condenado por difamar o sistema eleitoral brasileiro, subvertendo as regras do jogo democrático. Em 2022, escolheu o caminho da confrontação, da desinformação e da tentativa de deslegitimar o processo eleitoral. Pagou - e ainda está pagando - o preço das suas escolhas.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi claro ao reconhecer o abuso de poder político e o uso indevido dos meios de comunicação durante a reunião com embaixadores em julho de 2022. Na ocasião, Bolsonaro usou a estrutura oficial da Presidência para atacar o sistema eleitoral, disseminar mentiras sobre as urnas eletrônicas e promover sua candidatura à reeleição.

A decisão do TSE não foi apenas jurídica. Foi política no melhor sentido da palavra: reafirmou que a democracia brasileira tem instituições capazes de reagir a ataques e preservar sua integridade. O voto da ministra Cármen Lúcia, que formou a maioria, foi emblemático ao apontar o caráter eleitoreiro do evento e o desvio de finalidade na conduta do então presidente.

Impactos

Bolsonaro não reconheceu a derrota nas urnas. Em seu pronunciamento pós-eleição, preferiu alimentar a narrativa de que houve injustiça no processo eleitoral. Essa postura contribuiu para a radicalização de seus apoiadores e para os atos antidemocráticos que culminaram na invasão dos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

O impacto político da provável condenação é profundo. A direita, que orbitava em torno de Bolsonaro, terá de se reorganizar. O filho Eduardo Bolsonaro se queimou com a campanha que resultou no tarifaço de Donald Trump. A esposa Michelle poderia ser candidata, mas a família resiste - Bolsonaro prefere que ela concorra ao Senado. O nome mais forte, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ainda não decidiu se concorre à reeleição ou à Presidência.

O julgamento no STF não é apenas sobre Bolsonaro e seus parceiros na trama golpista. É sobre o futuro da democracia brasileira e sobre a mensagem que o país quer enviar a quem ocupa cargos públicos: há limites, há regras, e quem as ignora pode - e deve - ser responsabilizado. _

Vem aí o "iFood" da agricultura familiar

Imagine sentir vontade de comer aquela copa produzida em Tupanciretã ou o queijo com sementes de lavanda, pedir pelo celular e receber em casa. É isso que prevê a Feira Digital Sabor Gaúcho, plataforma que será lançada hoje no estande do governo do RS no Pavilhão Internacional da Expointer.

- Será o iFood da agricultura familiar - diz o secretário de Desenvolvimento Regional, Vilson Covatti.

Vai ser a primeira plataforma digital de vendas da agricultura familiar no Brasil. Inicialmente, acessível só para empresas, mas depois, também para pessoas físicas.

Marcelo Maranata assina ficha no PSDB de olho no Piratini

O prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, assinou a ficha no PSDB ontem e reafirmou a intenção de ser candidato a governador em 2026. Ele foi recebido na Escadaria 14 de Outubro por líderes tucanos que vestiam camisetas com a frase "Maranata é PSDB".

Para se cacifar ao Piratini, o prefeito se apega ao apoio de 78% dos guaibenses que o reelegeram na eleição passada. Ele já vinha negociando com o PSDB há alguns meses, em movimento liderado pelo presidente tucano em Porto Alegre, vereador Moisés Barboza. _

Edegar Pretto em compasso de espera

Candidato que quase foi ao segundo turno em 2022, Edegar Pretto quer voltar a concorrer ao governo do Estado no próximo ano. O petista, que está no comando da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento, tem se mantido próximo do agro gaúcho e da política do RS.

Pretto garante que o objetivo não é se lançar candidato e conseguir seguidores, mas sim construir uma aliança com PSB e PDT. Apesar de dizer que só tem esse plano para 2026, ele não descarta ser vice de Juliana Brizola, que tem aparecido bem nas pesquisas prévias. _

mirante

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL) propôs criar o Prêmio Literário Luis Fernando Verissimo na Câmara, para homenagear escritores relevantes para a cultura brasileira.

O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, será homenageado com a Medalha do Mérito Farroupilha na Assembleia Legislativa. A proposição é do deputado Paparico Bacchi (PL).

Será assinada amanhã a regulamentação do turismo rural nas propriedades do RS. Estarão no ato o governador Eduardo Leite, o secretário Ronaldo Santini e o ministro do Turismo, Celso Sabino.

POLÍTICA E PODER

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