
Barroso pode antecipar a aposentadoria
Com a posse do ministro Edson Fachin na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), cumprindo um rodízio previsível, a grande dúvida na Corte é o futuro do agora ex-presidente Luís Roberto Barroso. Nos últimos dias, Barroso deu uma série de entrevistas e disse que ainda não decidiu o que fazer, mas não descartou a possibilidade de antecipar a aposentadoria. Esse era um desejo de sua falecida esposa, para que os dois pudessem viajar mais e aproveitar a vida, mas Tereza Cristina Van Brussel Barroso morreu de câncer em janeiro de 2023.
Barroso só fará 75 anos em 2033 - idade com a qual os ministros se aposentam compulsoriamente -, o que não o impede de sair nos próximos meses. Voltar à planície depois de ter sido presidente da Corte não é o fim do mundo, mas o ministro tem dado sinais de que está cansado de não ter paz.
Os ministros, que no passado não eram conhecidos fora dos círculos jurídicos, hoje são visados por militantes descontentes com sua atuação e não podem ir ao cinema, frequentar restaurantes ou entrar em um avião sem risco de serem importunados, inclusive fora do Brasil.
Se Barroso antecipar a aposentadoria, Lula terá a oportunidade de indicar mais um ministro. Entre 2027 e 2030, os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes farão 75 anos. Logo, quem se eleger em 2026 terá três vagas para preencher.
Três nomes são cotados
Para a eventual vaga de Barroso, há pelo menos três nomes com chances - todos homens, brancos e relativamente jovens, o que significa mais de 25 anos no cargo. São eles, por ordem decrescente de idade: o senador Rodrigo Pacheco (União Brasil-MG), de 49 anos, o ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas, de 47, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, de 45.
Se Barroso sair, Lula voltará a enfrentar pressões para nomear um negro ou uma mulher, mas, nas duas oportunidades que teve neste mandato, optou pelo critério da estrita confiança e escolheu Flávio Dino e Cristiano Zanin. O presidente gostaria que Pacheco fosse candidato ao governo de Minas Gerais, para ter um palanque sólido em um Estado decisivo, hoje governado pelo Novo de Romeu Zema. _
Visita de Tarcísio a Bolsonaro indica que Planalto ainda está no radar
De tanto os políticos usarem a estratégia do quero-quero - ave que canta para um lado quando o ninho está para outro - até quando um governador diz o óbvio ficamos nos perguntando se não estará tentando esconder o jogo. É o caso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que nos últimos dias vem repetindo que será candidato à reeleição.
As pesquisas indicam vitória fácil, mas a dúvida se instala quando ele visita o ex- presidente Jair Bolsonaro e garante imagens do encontro com um líder que está em prisão domiciliar.
Deixar-se fotografar na visita ao presidente condenado pode ser apenas um gesto humanitário. Pode ser, também, que ali adiante o governador mude de ideia, se o Centrão e a família Bolsonaro pedirem para ser candidato a presidente.
Ao sair da casa de Bolsonaro, Tarcísio reafirmou que é candidato à reeleição em 2026 e que foi prestar apoio e solidariedade, sem nenhum interesse. _
Número de deputados não muda para 2026
Deputados federais gaúchos respiram aliviados. Não haverá redução no tamanho da bancada em 2026, o que tornaria a próxima eleição mais difícil.
Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar o projeto que aumenta o número de deputados de 513 para 531, o ministro Luiz Fux determinou ontem que a readequação das bancadas ao último censo ficará para 2030.
É que o Congresso ainda não apreciou o veto de Lula e a lei diz que vale a regra vigente um ano antes da eleição.
Se o número de cadeiras fosse redistribuído de acordo com o último censo, o Rio Grande do Sul perderia duas cadeiras. O número de deputados federais cairia de 31 para 29. _
Aliás
Quem se revolta com a possível indicação de mais um ministro do Supremo Tribunal Federal pelo presidente Lula precisa entender que assim prevê a Constituição.
Há propostas de mudança em discussão no Congresso, mas todas com chances muito remotas de aprovação, porque não há um critério de consenso.
Além disso, ser concursado não é garantia de independência nem de idoneidade.
Como estava em Brasília, a ausência de Tarcísio na posse de Edson Fachin só pode ser interpretada como um desaforo de quem não domina a liturgia do cargo e mistura desavença pessoal com o papel institucional. Fachin não vai perder o sono. Outros governadores, incluindo Eduardo Leite, compareceram.
Cidadão Mineirinho
O skatista Sandro Dias, o Mineirinho, poderá se tornar cidadão de Porto Alegre. É o que pretende o vereador Giovane Byl (Podemos), que fez a proposição na Câmara.
Na última quinta-feira, o skatista de 50 anos desceu da altura de 70 metros na megarrampa construída pela Red Bull na ala norte do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff).
- Foi um feito histórico e também pelo que o skate representa, mas principalmente por ele ter colocado Porto Alegre no mapa mundial do skate - defendeu Byl, que também é skatista. _
Paim dirá ao PT que está à disposição para concorrer
No encontro que terá amanhã com uma comissão do PT, o senador Paulo Paim repetirá que está "à disposição" para concorrer à reeleição em 2026. Paim voltou atrás da decisão de não disputar novo pleito, informada à direção petista em novembro do ano passado. O senador mudou de ideia depois de receber apelo de movimentos sociais e sindicais para concorrer.
Perto de encerrar seu terceiro mandato, o senador diz que não vê problemas em concorrer novamente. Entretanto, não quer disputar prévias, e colocará a decisão no colo do partido.
- Não tenho problema nenhum em concorrer ou não, só vou concorrer se for pra ajudar - garantiu à coluna.
A comissão irá a Brasília conversar com Paim. Logo depois, Paulo Pimenta e Edegar Pretto, pré-candidatos ao Senado e ao Piratini, terão reunião com Paim e com a comissão para tratar dos próximos passos.
A segunda vaga do Senado estava reservada para um aliado. O nome preferido é o da ex-deputada Manuela D?Ávila, que pode se filiar ao PSOL. À coluna, Paim elogiou Manuela, com quem conversou ontem.
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